“A situação no concelho da Ribeira Brava está bastante calma. Temos alguns pequenos focos de incêndio e alguns reacendimentos, mas estão a ser monitorizados e vigiados pelos bombeiros e a situação está mais calma”, disse.
Segundo Ricardo Nascimento, a frente ativa que se mantém na Furna está mais fraca devido à diminuição da intensidade do vento e à redução da temperatura, lavrando muito longe das habitações.
“A maior parte das pessoas deslocadas para um espaço exterior voltaram às suas habitações, com exceção das que foram retiradas ontem [segunda-feira] à noite no sítio da Furna. Estamos a ver se conseguimos colocar as pessoas nas suas habitações”, disse.
De acordo com o presidente do município, das pessoas deslocadas na segunda-feira à noite na Furna, três estão no Pavilhão da Ribeira Brava e muitas foram para casa de familiares.
“Gostaria de deixar uma mensagem à população: hoje, na freguesia de Serra de Água, haverá um gabinete para que as pessoas possam informar sobre as perdas que tiveram, para se avaliar possíveis ajudas. Estamos a falar de armazéns agrícolas, tubagens de rega para agricultura e algumas colmeias por exemplo”, informou.
Uma parte da ajuda, acrescentou, será “em perfeita colaboração com o Governo Regional”, tendo-se realizado já uma reunião com a secretaria da Agricultura.
O incêndio rural na Madeira deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol, através do Paul da Serra.
Até domingo, 160 pessoas foram retiradas das suas habitações por precaução e transportadas para equipamentos públicos, mas muitos desses moradores já regressaram ou estão a regressar a casa, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos. Entretanto, na segunda-feira anunciaram a retirada de cerca de 60 pessoas na Furna.
Hoje de manhã, o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, indicou à Lusa que o incêndio mantinha cinco frentes ativas em áreas de difícil acesso, em três concelhos, mas as chamas lavravam com pouca intensidade.
António Nunes disse que pelas 09:00 os meios estavam concentrados nos concelhos da Ribeira Brava, onde estavam ativas duas frentes (Furna e Encumeada); Ponta do Sol, também com duas frentes (Lombada e Canhas); e Câmara de Lobos, onde o fogo lavra numa zona inacessível no sítio do Pico Furão.
Àquela hora, o combate envolvia, no total, 74 bombeiros e 21 veículos, além dos meios de outras forças de segurança e socorro.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais, segundo o Governo Regional. Uma bombeira recebeu assistência hospitalar por exaustão.
Projeções do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para sete mil hectares ardidos desde o início do incêndio.
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