“O risco de incêndio está elevado em todo o território porque os ventos são secos. Está tudo muito seco. Os solos estão secos e não tem chovido. Além disso, o vento é de leste soprando com alguma intensidade sobretudo nas terras altas onde sopra moderado a forte”, indicou a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Segundo Maria João Frada, esta situação tem-se agravado devido à humidade baixa e às temperaturas máximas elevadas atípicas para esta altura do ano.
O IPMA colocou hoje em risco máximo de incêndio estão hoje os concelhos de Loulé, São Brás de Alportel, Tavira e Alcoutim, no distrito de Faro.
Em risco muito elevado, segundo o IPMA, estão os concelhos de Castro Marim, Silves, Portimão, Silves, Lagos e Aljezur, em Faro, Gavião, em Portalegre, e Vinhais, em Bragança.
O IPMA colocou ainda em risco elevado de incêndio 43 concelhos de Faro, Évora, Beja, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Viana do Castelo, Viseu e Bragança.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de “reduzido” a “máximo”, sendo o "elevado” o terceiro nível mais grave.
Os cálculos para este risco são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
Na terça-feira, o Governo assinou um despacho que determina a declaração de Situação de Alerta entre hoje e domingo, com base nas previsões meteorológicas, que apontam para um “significativo agravamento do risco de incêndio florestal”.
“Face às previsões meteorológicas para os próximos dias que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio florestal no território do Continente e considerando a decisão da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que determinou a passagem do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais ao Estado de Alerta Especial Amarelo em todos os distritos, os Ministros da Administração Interna e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural assinaram hoje o Despacho que determina a Declaração da Situação de Alerta”, lê-se no comunicado do Governo.
A declaração da Situação de Alerta, prevista na Lei de Bases de Proteção Civil, vai obrigar à adoção de medidas “de caráter excecional”, como a “elevação do grau de prontidão e resposta operacional da GNR e PSP”, reforçando “meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamentos dissuasores de comportamentos de risco e de apoio geral às operações de proteção e socorro que possam vir a ser desencadeadas”; proibição de queimadas e queimas; e a dispensa de trabalhadores, quer do setor público, como do privado, que desempenhem funções de bombeiro voluntário.
A Situação de Alerta abrange todos os distritos do continente entre as 00:00 de hoje e as 23:59 de domingo.
Na terça-feira, registaram-se dois incêndios de grandes proporções, que mobilizaram centenas de meios e obrigaram ao corte de uma autoestrada.
Um incêndio em Esposende, Braga, obrigou ao corte da A28 nos dois sentidos e foi dado como dominado pelas 17:45.
Um fogo em Oliveira de Azeméis, Aveiro, com quatro frentes ativas, agravou-se ao final da tarde devido aos ventos fortes e já está em fase de rescaldo.
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