Numa nota às redações após o presidente do PSD ter levado o caso ao debate do programa do governo, na Assembleia da República, a direção de informação da RTP esclareceu que a investigação do programa "Sexta às Nove" sobre a exploração de lítio "apenas ficou em condições de ir para ar horas antes da sua transmissão".
Rui Rio tinha sugerido que a emissão do programa “Sexta às Nove” sobre a exploração de lítio foi retardada para não passar durante a campanha eleitoral.
"A Direção de Informação da RTP-TV jamais tolerará ser utilizada como arma de arremesso político-partidário seja por quem for", sublinha-se na nota assinada pela diretora de informação, Maria Flor Pedroso, e por todos os elementos da sua equipa.
A nota acrescenta que "a informação da RTP não guarda notícias na gaveta em caso algum".
"A investigação, evocada pelo líder do PSD na discussão do Programa de Governo, não estava concluída durante a campanha eleitoral", reforça a direção de informação da RTP.
No debate no parlamento, o líder do PSD começou por exortar o primeiro-ministro a dizer se considera que, no caso da exploração de lítio no norte de Portugal, o secretário de Estado João Galamba agiu bem “no plano legal, político e ético” e deixou um aviso.
“O grupo parlamentar do PSD, uma vez instalado o parlamento e as comissões, não vai deixar cair esta matéria, porque é nossa obrigação que fique claro o que aconteceu”, afirmou, acrescentando que o PSD quer também saber porque é um programa da RTP sobre esta matéria, referindo-se ao “Sexta às Nove”, só foi emitido depois e não antes das eleições.
Na reposta, o primeiro-ministro invocou a lei e recuou até ao anterior Governo PSD/CDS e ao seu ministro da Economia Álvaro Santos Pereira.
“A lei determina que a exploração dos recursos minerais seja atribuída à entidade a quem foi atribuída a licença de prospeção ou a quem ela indique. Tendo o senhor ministro Álvaro Santos Pereira atribuído a licença de exploração a quem atribuiu, teria de ser atribuída à mesma empresa”, defendeu.
E acrescentou um novo reparo crítico ao líder do PSD: “É assim o que diz na lei e na sua passagem pela Assembleia da República convém não transformar Assembleia da República num lugar para fazer julgamentos de tabacaria, porque a Assembleia da República não é uma tabacaria”.
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