“Estando a terminar a obra, nós pensamos: O que é que vamos fazer a seguir? […] o nosso propósito é reforçar a acessibilidade pedonal, reforçar a acessibilidade ciclável e pensar nesta rua como uma rua que tem essa dimensão mais forte. Vai continuar a ter pelo menos o elétrico, porque é necessário”, declarou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade.
O autarca falava na Rua da Prata, no âmbito do lançamento do BICI – Bloomberg Initiative for Cycling Infrastructure, programa promovido pela Bloomberg Philanthropies e pela Global Designing Cities Initiative, que pretende melhorar as ligações escolares através da mobilidade ativa e a conectividade da rede ciclável da cidade.
Lembrando que a Baixa de Lisboa já tem uma via exclusivamente pedonal, que é a Rua Augusta, Filipe Anacoreta Correia disse que a Rua da Prata “será mais uma” em que “a mobilidade pedonal e a mobilidade suave serão reforçadas”.
“É esse o nosso objetivo, é nisso que estamos a trabalhar, mas com uma preocupação e uma abordagem que, de alguma forma, também não era habitual. […] É que as soluções não são impostas. São testadas, são dialogadas e, portanto, nós fazemos como na ciclovia testamos uma solução, vamos ver como é que todos os atores reagem e qual é o resultado, mas a nossa expectativa, realmente, é ter esta ligação ao rio reforçada deste meio”, defendeu.
O vice-presidente da câmara reforçou que o compromisso do executivo é fazer cidade através do diálogo com as pessoas, “com soluções que são o mais razoáveis possíveis dentro das várias pretensões”.
A Rua da Prata encontra-se fechada ao trânsito na sequência das chuvas intensas que ocorreram em dezembro de 2022 e que provocaram um abatimento nas paredes do coletor, exigindo uma intervenção urgente do município para executar os trabalhos de reparação do troço afetado.
Aproveitando a celebração da Semana Europeia da Mobilidade, que se assinala desde 2002, anualmente, de 16 a 22 de setembro, o vice-presidente da câmara destacou a preocupação do executivo de responder a “uma velha aspiração de quem anda de bicicleta”, que é ligar o Marquês de Pombal ao rio Tejo por via ciclável.
“Durante muitos anos foi objeto de muita discussão e nós queremos mostrar esse compromisso fazendo um teste”, apontou o autarca, referindo-se ao ensaio de uma ciclovia no Rossio, “não apenas para testar as pessoas que andam de ciclovia, mas perceber também como é que a cidade se comporta face àquela reserva de espaço […], desde logo como é que o trânsito também se comporta”.
“Se o teste resultar, não se preocupem, nós vamos mudar o pavimento, o pavimento vai ser o apropriado à condução por bicicleta”, adiantou.
Apesar de não se comprometer com prazos, Filipe Ancoreta Correia prevê que a obra na Rua da Prata termine em novembro, referindo que esta via está há vários meses fechada e os empresários têm sofrido com este encerramento devido à intervenção nos coletores de saneamento.
Na terça-feira, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que está a testar novas ciclovias na cidade, inclusive na zona do Rossio, o que para o partido Livre “não é um teste a sério”.
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