“É evidente que nós estamos a algumas semanas das eleições legislativas e, sendo assim, é normal que as forças políticas tragam aqui a vontade natural de discursar opiniões que passam para além daquilo que são as fronteiras da cidade do Porto”, afirmou Rui Moreira.

O autarca, que falava esta quarta-feira na sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto dedicada a um único tema – as políticas públicas da habitação na cidade -, afirmou que as propostas apresentadas pelos diferentes grupos municipais são “uma vergonha”.

“É uma vergonha. É uma vergonha porque os partidos que os senhores e as senhoras representam são os responsáveis e nós cidadãos somos todos responsáveis. Sabem porquê? Porque isto foi um esforço da cidade, tem sido um esforço solidário, porque isto não é pago pelo estado central, tem sido pago pelos recursos que nós temos”, frisou.

As declarações de Rui Moreira surgem no decorrer de uma discussão entre os diferentes grupos partidários sobre a habitação social, a habitação acessível, o alojamento local, a listas de pessoas à espera da atribuição de habitações sociais e a Lei de Bases da Habitação.

“Incomoda-me ver discutir isto aqui desta forma, até porque se acham que é preciso mais habitação social, façam o favor e em vez de decretos de lei, ponham dinheiro, construam habitação social. Mas por favor, não ponham em questão aquilo que é um património nosso e é património da cidade”, afirmou Rui Moreira.

Rui Moreira considerou ainda que as propostas apresentadas pelos vários grupos municipais eram “irrealistas”, acrescentando que as mesmas “põem em causa” os resultados que, ao longo das últimas décadas, a cidade conseguiu em matéria de políticas públicas de habitação.

“Portanto, peço desculpa, mas proponham coisas, o que quiserem, a lua, o sol, proponham o que quiserem, mas por favor não apontem aquilo que é história e o património da cidade”, disse.

Segundo o autarca, a cidade do Porto dispõe de 14.000 habitações sociais, das quais 13.000 são propriedade do município e as restantes propriedade do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), situação que “só foi possível graças ao esforço e dinheiro dos contribuintes” da cidade do Porto.

“Como cidadão, acho uma vergonha aquilo que hoje propõem, porque parece que a cidade do Porto vive numa situação de catástrofe (…) de repente parece que como há eleições vamos dizer que tudo o que cá esta é mau”, concluiu.

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