O presidente da autarquia portuense falava na reunião pública camarária, em resposta ao alerta do vereador do PSD, Álvaro Almeida, para que um dos problemas do Porto, “o do último quilómetro ou dos últimos cem metros” não fique “esquecido”, frisando ser essencial criar uma rede de transportes “da porta de casa à rede principal” de transportes, sobretudo para idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

“O vereador do PSD defendeu isso em campanha eleitoral e temos analisado isso com cuidado. Já identificámos até as necessidades. Teria de ser uma contratação da STCP que a Câmara asseguraria. Avaliamos, inclusive, se não faria sentido esse transporte de proximidade ser gratuito”, afirmou Rui Moreira.

O autarca disse mesmo: “A meu ver, o transporte público na cidade, ainda no nosso tempo, será gratuito. Considero que é uma política ambiental muito interessante”.

A vereadora da mobilidade, Cristina Pimentel, esclareceu que “não será um transporte a pedido, mas terá características semelhantes”.

Cristina Pimentel afirmou que este tipo de transporte “pode ser implementado”, estando a autarquia a “estudar densificar a rede da STCP no interior da cidade”.

“A rede da STCP, por razões várias, expandiu-se para o exterior, fazendo os principais eixos da cidade, e não se densifica, não percorre zonas mais residenciais. Já elaboramos um plano para densificação e a câmara sempre se mostrou disponível para custear esse serviço”, afirmou Cristina Pimentel.

De acordo com a vereadora, o Porto ainda tem “margem de manobra em número de quilómetros a contratualizar para a STCP dar resposta a esta rede de coesão social e territorial”, colmatando uma lacuna que “pode ser encontrada em todas as freguesias da cidade”.

Álvaro Almeida, do PSD, notou que a rede de transportes do Porto “fica a umas centenas de metros das suas residências ou do local de destino”, existindo “muitos bairros onde não há penetração de transporte públicos”.

“Para uma população idosa, com dificuldades de mobilidade, é preciso resolver estes últimos metros. Devíamos incluir uma rede de transportes não porta a porta, mas da porta à rede principal. Essa parte da rede não devia ser esquecida”, reivindicou.

A questão surgiu a propósito do passe único da Área Metropolitana do Porto e das linhas de metro lançadas na sexta-feira, saudadas pelo vereador do PS Manuel Pizarro.

Relativamente à nova Linha Rosa do metro, entre a Praça da Liberdade e a Casa da Música, passando pela Galiza, Moreira observou que “qualquer cidadão gostaria de ter o metro à porta, mas isso não é possível”.

“Quando se fez o estudo da procura esta linha foi, de longe, a mais interessante”, notou.

O autarca referiu-se a declarações recentes do ministro do Ambiente, de acordo com quem, no futuro, serão as áreas metropolitanas “a fazer as escolhas das novas linhas”, para defender que essa seleção deve ter por base “estudos de procura”.

“Devemos continuar a exigir que as novas linhas sejam feitas em função do estudo de procura. O Metro não pode transformar-se numa luta entre autarquias”, sustentou.