“Acho que o presidente da TAP deveria explicar se esta é uma decisão comercial, e então terá de assumir que errou quando pararam essas rotas, nomeadamente as de Milão e Barcelona. Se errou, corrigiu o tiro, tudo bem, mas deve assumir que não é uma prenda, é corrigir o erro. É uma prenda para ele próprio. Ou então é por razões de serviço público”, afirmou Rui Moreira.
O autarca reagiu assim às perguntas dos jornalistas sobre as declarações do presidente da TAP, Fernando Pinto, que na terça-feira classificou como “uma prenda de Natal” os quatro novos voos anunciados para o Porto em 2018 (para Barcelona e Milão, dois dos destinos cancelados em 2016, e para Londres e Ponta Delgada, nos Açores).
Para Rui Moreira, Fernando Pinto devia explicar se a decisão é “comercial” e, nesse caso, “terá de assumir que errou” quando suspendeu essas rotas ou se “é por razões de serviço público”.
“Se é por razões de serviço público, então ele deve dizer que a TAP deve prestar serviço público porque o Estado é acionista maioritário da empresa e o interesse público deve-se sobrepor nesta matéria a questões de interesse comercial”, frisou o independente que lidera a Câmara do Porto.
“Mas isso terão de lhe perguntar”, acrescentou.
Moreira admitiu ter ficado “satisfeito” com o anúncio de novas rotas a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, frisando ser “muito importante para a cidade e para a região”,
“Passamos a ter, principalmente com [o voo de e para] Milão (Malpensa), um destino importante, não apenas para a nossa comunidade de negócios, mas para muitos emigrantes que vivem em zonas da Suíça mais bem servidas por esse aeroporto e que passarão a poder recorrer a dois voos diários”, notou o autarca.
Num encontro com jornalistas, o presidente executivo da TAP, anunciou que a companhia aérea “vai lançar dois voos, bidiários, para Barcelona [Espanha] e para Milão [Itália]” a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e uma vez por dia para Londres, no Reino Unido, e Ponta Delgada, nos Açores.
Fernando Pinto disse que os novos voos são um “presente para a população do Porto” e “uma prenda de Natal”, bem como a contribuição da TAP “para o desenvolvimento da cidade, “um polo muito importante”.
O responsável recordou ainda a polémica gerada quando a TAP acabou com algumas rotas no Porto, lembrando que foi dito que “seria um recuo estratégico”, mas que sempre houve intenção de reanalisar necessidades.
Sublinhou ainda que há coisas que “dependem do final das negociações” que decorrem.
A TAP anunciou a 18 de janeiro de 2016 que ia suspender, a partir de 27 de março, quatro “rotas deficitárias” do Porto para diferentes cidades europeias: Barcelona, Bruxelas (Bélgica), Milão e Roma (Itália).
Desde dezembro de 2015 que Rui Moreira alertava que a TAP pretendia acabar com os voos de longo curso a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro, alertando que, nesse caso, a região “pode abandonar” a transportadora.
“Se pretendem abandonar a cidade do Porto e o aeroporto Francisco Sá Carneiro, então nós também poderemos abandonar a TAP”, avisou Rui Moreira na ocasião.
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