“Se há verba, acho que a medida [Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos - PART], que entrou hoje em vigor] faz sentido, como é logico. Só que os portugueses tem de ser tratados todos por igual. Independentemente de todo o marketing, neste momento há portugueses de primeira, segunda e terceira”, observou Rui Rio, em declarações aos jornalistas no Porto.
Para o social-democrata, “do ponto de vista territorial, a medida tem de ser ajustada para que portugueses sejam todos iguais”.
“Tem de corrigir, para tratar o Porto como Lisboa e o resto do país como o Porto e Lisboa”, afirmou.
Segundo Rio, os portugueses “de primeira” são os da Área Metropolitana de Lisboa, a quem “o Governo dá um subsídio de 26,7 euros por cada habitante para baixar o passe social”.
“Os de segunda são os do Porto, onde o passe único, o Andante, existe há mais de 12 anos e é subsidiado em 8,4 euros por habitante”, indicou.
Para Rio, “os portugueses de terceira são todos os que não estão nem em Lisboa nem no Porto” e que “recebem menos de dois euros por habitante”.
Questionado sobre uma entrevista do ministro do Ambiente, a admitir que a barragem do Fridão “não é necessária”, e sobre a eventualidade de o Estado pagar 200 milhões de euros à EDP, Rio apontou ao Governo “incoerência” no discurso.
“Esses 200 milhões já davam para alargar às CIM [Comunidades Intermunicipais] os passes sociais”, frisou.
Entrou hoje em vigor o chamado passe único dos transportes, criado ao abrigo do PART, que pretende incentivar o uso dos transportes coletivos.
O PART estabelece que as Áreas Metropolitanas de Lisboa (AML) e do Porto (AMP) e as 21 Comunidades Intermunicipais (CIM) recebam 104 milhões de euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado, e comparticipem o programa com um total de 2,6 milhões.
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