Questionado pelos jornalistas no final de uma ação de campanha, em Fafe, Rio não abriu o jogo sobre o seu futuro político e reiterou que não haverá nenhum “terramoto” no PSD, depois de ter dito numa entrevista à Rádio Renascença que não se demitirá e que em causa está a decisão de se recandidatar ou não.
“Assumi e continuo a assumir até ao último dia que fiz o melhor que sei e posso, ou melhor, estou a fazer, que ainda falta”, afirmou.
E à pergunta se os apelos que vai ouvindo na rua para que se mantenha na liderança pesarão na sua decisão, respondeu: “Sim, é evidente que pesa”.
“Penso que compreendem humanamente que, no balanço das coisas, quando na rua encontramos gente ou nos mandam mails ou SMS que mostram que acreditam e depositam esperança, obviamente que isso pesa na decisão”, afirmou.
“Pesa e de que maneira. Eu não gosto de desiludir”, disse.
O presidente do PSD manifestou-se “confiante” de que “as eleições autárquicas estão a correr bem ao PSD”, mas admitiu que será necessário esperar por domingo para ver como isso se traduz nos resultados, já que há uma diferença de 63 câmaras para o PS.
Questionado se uma eventual saída da liderança PSD significaria uma “desistência”, Rio recusou esta leitura e lembrou que quer Manuela Ferreira Leite quer Pedro Passos Coelho ”não saíram pela porta fora”, mas apenas não se recandidataram após derrotas eleitorais porque “isso seria um desrespeito pelo cargo”.
“É isso que está em causa, não é nenhum terramoto num dia à noite, com grandes dramas. É depois ver o futuro”, afirmou.
Numa loja de eletrodomésticos em que entrou em Fafe, Rio foi chamado a atenção para as notícias que passavam na televisão, com o oráculo: “Costa anuncia milhões para a Madeira”.
“Ainda não sei se os milhões vão de barco, se vão de avião, ou se simplesmente não vão e é só uma promessa de campanha”, criticou, reiterando que acredita que os eleitores já não são sensíveis a este tipo de discurso em que há “vontade de aldrabar”.
Depois de uma sondagem da Universidade Católica que admite a possibilidade de vitória do PSD em Coimbra, Rio foi questionado se ganhar essa câmara, como o Funchal, valeria por dez no próximo domingo.
“Não lhe sei fazer essas contas. É evidente que Coimbra é uma cidade emblemática, o Funchal também, são câmaras importantes. Mas, como viram, andei e ando na campanha em câmaras mais pequenas do interior e noutras mais difíceis, como aqui em Fafe ou ontem em Matosinhos”, frisou.
Numa mensagem para Fafe, mas que pode ter leituras nacionais, Rio apelou a uma “rutura”.
“Quando nós, não só na política, também na vida, não fazemos uma rutura, não rasgamos um novo horizonte. A coisa até pode correr pior na vida, mas quando estamos mal temos é de ter coragem de fazer uma rutura”, afirmou.
Em Fafe, onde a Câmara é socialista desde 1979, Rio percorreu ao lado do candidato do PSD, Rui Novais da Silva, a rua das lojas e cumprimentou vários comerciantes, ouvindo as habituais queixas de falta de clientes.
“Quem dá o que tem a mais não é obrigado, eu dou o que tenho”, afirmou Rio, ao distribuir os dois últimos panfletos numa loja.
Numa esplanada, Rio cumprimentou vários clientes, mas não passou pela mesa do candidato local do Chega, Ricardo Costa, que bebia café no mesmo local.
O executivo municipal de Fafe é formado por quatro eleitos do PS, quatro vereadores do Movimento Fafe Sempre e um do PSD.
Além de Rui Novais da Silva, pelo PSD, concorrem à Câmara de Fafe Antero Barbosa (PS), Ricardo Costa (Chega), Alexandre Leite (CDU), Iazalde Lacá Martins (CDS-PP) e Marcelo Freitas (Nós, Cidadãos).
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