No final de uma reunião de mais de quatro horas do Conselho Nacional, que decorreu em Bragança, Rui Rio foi questionado pela análise da situação política que fez perante os conselheiros, em que desdramatizou os resultados das legislativas e apostou nas autárquicas de 2021.
“Temos de apostar a sério nas autárquicas para inverter a tendência de queda e ter uma tendência de subida real, não é ganhar mais duas ou três câmaras”, afirmou.
O líder do PSD salientou que os resultados do PSD têm vindo a cair, “um pouco em 2009 e depois o desastre em 2013 e 2017”, em que o partido alcançou a vitória em 98 municípios (sozinho ou em coligação) contra 161 do PS.
“Temos de começar a recuperar essa diferença”, disse.
Questionado se o objetivo é ou não ter mais câmaras do que o PS, respondeu: “O objetivo é inverter a tendência e começar a subir, se puder ter mais que o PS tanto melhor, mas para termos caído como caímos demorámos 12 anos, não vou dizer que são precisos outros 12 anos para voltar a subir, mas é difícil fazer tudo isso só em quatro anos”, admitiu.
“Se demorou três eleições a passar de 151 câmaras para 90 e tal, não queira numa só eleição passar de 90 e tal para 150. (…) Custa muito mais a cair e custa muto mais a subir”, reiterou.
Rio recusou que tal signifique uma admissão de derrota, reiterando que o objetivo é “conquistar muito mais câmaras”.
“Desde sempre digo que as autárquicas são a verdadeira implantação do partido no terreno”, afirmou, considerando que se o número de deputados pode variar facilmente, é pelo número de câmaras, juntas de freguesia e vereadores que se mede o poder do partido.
Já sobre as legislativas de 6 de outubro, em que o PSD obteve 27,7% dos votos e 79 deputados (menos dez do que na anterior legislatura), Rio diz que “aritmeticamente é uma derrota”.
“Se o PS tem mais votos e o PSD menos, obviamente o PS ganhou e o PSD perdeu”, afirmou.
No entanto, apontou a circunstância de ter defrontado um primeiro-ministro em exercício, a situação económica internacional favorável e ter tido uma “guerra” interna permanente.
“Há uma serie de circunstâncias que fazem com que o resultado seja um resultado positivo, embora em valor objetivo seja uma derrota”, considerou.
Rui Rio é recandidato ao cargo do presidente do PSD, em eleições diretas que vai disputar em 11 de janeiro, já tendo como adversários assumidos até agora o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz.
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