“As sanções vão afetar altos cargos das administrações dos líderes da Alemanha e França”, afirmou hoje o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, em conferência de imprensa por videoconferência com meios de comunicação russos e estrangeiros.
Segundo a agência Interfax, os visados são os chefes de gabinete da chanceler alemã, Angela Merkel, e do Presidente francês, Emmanuel Macron.
“Tendo em conta que a promotora de sanções comunitárias em relação a [Alexei] Navalny [opositor russo envenenado] foi a Alemanha e que afetam diretamente altos funcionários da administração presidencial da Rússia, as nossas sanções serão recíprocas”, disse Lavrov.
Segundo relatou, as sanções russas também vão afetar a França, já que a lista da UE foi preparada com base numa proposta conjunta de Paris e Berlim.
Essa lista, segundo Bruxelas, incluía “evidências” sobre o envenenamento de Navalny em agosto passado com um agente tóxico do grupo Novichok, uma substância química soviética proibida.
Lavrov observou que as sanções russas já foram adotadas e vão ser anunciadas “em breve” às partes afetadas.
A 20 de agosto, Navalny adoeceu gravemente e foi internado num hospital russo, em Omsk, na Sibéria, e transferido dois dias depois para outra unidade hospitalar em Berlim.
Posteriormente, um laboratório especializado na Alemanha encontrou indícios claros de que o opositor havia sido envenenado com um agente neurotóxico do grupo Novichok, o que foi corroborado por outros laboratórios em França e na Suécia e pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
“Apenas as autoridades estatais russas têm acesso a este agente nervoso”, sublinhou a União Europeia, ao adotar as sanções no dia 15 de outubro.
Por sua vez, a Rússia sempre negou qualquer envolvimento no atentado contra a vida de Navalny e afirmou continuamente que não houve envenenamento, mas que o opositor sofria de problemas metabólicos e pancreatite.
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