Moscovo desenvolveu novas minas terrestres e usou algumas criadas muito recentemente, em 2021, na sua guerra na Ucrânia, anunciou o observatório de minas terrestres.

O seu relatório anual identificou 277 vítimas civis de minas e restos explosivos de guerra em território ucraniano nos primeiros nove meses de 2022, um aumento de quase cinco vezes em relação às 58 registadas em 2021.

A agência também disse ter confirmado provas de que as forças russas montaram “armadilhas explosivas ativadas por vítimas e dispositivos explosivos improvisados desde fevereiro de 2022 em vários locais na Ucrânia antes de abandonar as suas posições”.

O observatório destacou que o uso de minas terrestres na Ucrânia — e no Mianmar — prejudicou o 25º aniversário do Tratado de Proibição de Minas Terrestres, criado em Ottawa em 1997.

Cerca de 164 países, que assinaram o tratado de proibição, destruíram em conjunto mais de 55 milhões de minas antipessoais armazenadas. Mas ao passo que a Ucrânia assinou este acordo em 1999 e ratificou-o em 2005, a Rússia nunca o fez. Portugal, de resto, faz parte do conjunto de países que aceitou estas normas.

De resto, realce-se que este tratado apenas concerne minas antipessoais, ou seja, destinadas a atacar pessoas, não abrangendo minas antitanque, por exemplo.

O relatório indica que em 2021 houve pelo menos 5.544 vítimas de minas e restos explosivos de guerra, das quais 2.182 morreram em 50 territórios.

O número de vítimas foi inferior aos 7.073 registaados em 2020. A baixa histórica de 3.456 foi registada em 2013.