Segundo a revista norte-americana Psychology Today, o humor torna as pessoas mais atraentes, uma vez que pode ser sinal de criatividade e de capacidade de abordar situações de formas diferentes, explicam Erika Langley e Michelle Shiota num estudo.
O humor torna as interações agradáveis, ajuda as pessoas a relacionarem-se e pode aliviar momentos estranhos ou de tensão.
No entanto, de acordo com as investigadoras, o humor pode, além de ser uma ferramenta social, tornar-se uma característica desejável em parceiros românticos.
Através de seis experiências, as especialistas procuraram saber como é que o humor molda as perceções de criatividade, inteligência e de habilidades sociais.
Para o efeito, os participantes responderam a um inquérito, com perguntas casuais, num site de encontros online. Em seguida, visualizaram dois tipos de perfis: uns com respostas bem-humoradas e outros sem.
Após lerem os perfis, os participantes classificaram as potenciais características como a criatividade, a inteligência e as habilidades sociais.
Os resultados mostram que os perfis bem-humorados foram classificados como mais criativos, especialmente, quando o humor envolvia pensamento divergente (ou seja, uma resposta criativa de forma inesperada).
Curiosamente, o humor não aumentou as perceções de inteligência ou de competências sociais, sugerindo que, embora o humor possa sinalizar criatividade, ele não mostra, necessariamente, que a pessoa é mais inteligente ou sociável.
Por outro lado, a influência do humor nos relacionamentos a longo prazo também foi analisada: os perfis humorísticos foram classificados como mais desejáveis ao considerar compromissos sérios como amizades, relacionamentos de longo prazo e até casamento.
As investigadoras sugerem então que os resultados mostram que o humor pode sinalizar adaptabilidade, flexibilidade e resolução criativa de problemas, características essenciais para manter relacionamentos de longo prazo.
Por sua vez, Langley e Shiota concluem que homens e mulheres percebem o humor de forma semelhante. Nas seis pesquisas, não houve nenhuma diferença significativa encontrada: homens e mulheres identificaram níveis de criatividade semelhantes a partir dos perfis humorísticos.
Este resultado, "desafia os estereótipos tradicionais de que os homens devem ser os 'engraçadinhos' nos relacionamentos", assumem na publicação.
O humor no primeiro encontro
Numa das seis investigações foi adicionada uma nova vertente para avaliar como é que o humor afeta as preferências nas atividades do primeiro encontro.
Após analisar os dois tipos de perfis, os participantes classificaram o seu interesse nas várias atividades, que representavam uma característica cada. Por exemplo, um "escape room" representava a criatividade na resolução de problemas, enquanto o bowling ou as aulas de cerâmica representavam outras opções.
A partir dos perfis humorísticos, os participantes eram mais propensos a escolher atividades como o "escape room", sugerindo uma ligação entre o humor e a criatividade para a resolução de problemas.
Embora o humor tenha sido associado à criatividade cognitiva, o mesmo não aumentou o interesse em atividades mais artísticas, como as aulas de cerâmica ou o bowling.
Por outro lado, as norte-americanas acreditam que o humor encoraja as pessoas a escolherem atividades que mostrem a resolução criativa de problemas, em vez de experiências de namoro mais tradicionais.
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