“Instrumentos como este são muito importantes quer como produto dinâmico, quer como processo, pelo que significa de cooperação universitária, académica, mas também envolvendo empresas digitais, empresas na área da cultura, participantes individuais ou coletivos oriundos da sociedade civil, e [...] sobretudo como problematização da língua portuguesa”, disse Santos Silva na cerimónia, transmitida pela Internet.
O ministro apontou, ao longo da sua intervenção, várias facetas da presença da língua portuguesa no mundo, apontando, além dos países de que é língua oficial, exemplos como Macau ou até a Galiza, onde é falada “uma língua muito próxima do português”, e ainda as diásporas, que se multiplicam entre emigrantes, nacionais e aqueles que podem obter a nacionalidade.
Em todos, a língua apresenta variantes.
“A frase de Fernando Pessoa, ‘A minha pátria é a língua portuguesa’, foi muito bem corrigida por Mia Couto, que disse, ‘Sim, mas a minha pátria é a minha língua portuguesa, é a minha variedade da língua portuguesa”, explicou Santos Silva.
“Desde os números da geografia da língua à natureza multifacetada da língua, desde saber qual é o significado em todas as áreas e potencial como língua de conhecimento, […], nada é uma verdade estabelecida, mas é um ponto de vista, uma hipótese de trabalho, um problema”, prosseguiu.
Para o ministro, o Museu Virtual da Lusofonia “é um poderoso ambiente de reflexão e de problematização” da língua, “tanto como produto, agora com uma nova escala de distribuição – a Google Arts & Culture -, quer como processo colaborativo, quer sobretudo como instância e convite à problematização”.
O Museu Virtual da Lusofonia, uma plataforma de cooperação académica em ciência, ensino e artes no espaço dos países de língua portuguesa e diásporas, foi hoje apresentado na plataforma Google, Arts & Culture durante uma cerimónia transmitida ‘online’.
O evento decorreu no Museu Nogueira da Silva, em Braga, e contou com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, da representante da Google Arts & Culture, Helena Martins, e do diretor do Museu Virtual da Lusofonia, Moisés de Lemos Martins, que é também diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho.
O Museu Virtual da Lusofonia é uma das plataformas culturais do CECS e procura promover a cooperação académica, em ciência, ensino e artes, no espaço dos países de língua portuguesa e das suas diásporas.
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