“Seria irrealista se viesse aqui com uma posição otimista relativamente a esta última crise”, disse Augusto Santos Silva a propósito do bloqueio imposto na segunda-feira pela Hungria e pela Polónia à aprovação do Quadro Financeiro Plurianual da UE, por não concordarem com o mecanismo que condiciona o acesso aos fundos comunitários ao respeito do Estado de Direito.
“Todos sabemos que a permanência desta situação de bloqueio terá consequências gravíssimas”, prosseguiu o ministro, ouvido na comissão parlamentar dos Assuntos Europeus sobre o Conselho Europeu da próxima quinta-feira.
Por “ordem de importância”, apontou, a UE entrará em orçamento por duodécimos, os esforços para reunir mais fundos para responder à crise ficarão comprometidos, a preservação e salvaguarda do mercado interno ficará limitada, Hungria e Polónia pagarão um preço institucional e político e a credibilidade da União perante os cidadãos será muito afetada.
“Há um problema de credibilidade ligado ao modo como cidadãos, as opiniões publicas, as partes interessadas, os trabalhadores, as empresas, as ong, as sociedades civis, os parlamentos nacionais, o povo europeu, olhará para esta fratura, que será mesmo uma fratura exposta , com uma metáfora muito crua, e exposta num dos órgãos mais importantes do corpo europeu”, frisou.
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