“[Vejo] com imensa satisfação, não só em nome do grupo SATA, principalmente em nome dos próprios trabalhadores, porque isto seria uma situação muto danosa para a empresa”, afirmou à agência Lusa o administrador com o pelouro dos recursos humanos, João Trabuco Nunes, após uma reunião em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, entre o conselho de administração da SATA e o Governo Regional.
João Trabuco Nunes salientou, contudo, continuar a “haver a perspetiva de dano” dada a manutenção da greve às assistências, paralisação que tinha sido suspensa, mas, entretanto, a suspensão foi levantada.
A greve de quatro dias dos tripulantes de cabine da transportadora aérea açoriana SATA, prevista realizar-se na próxima semana, foi hoje desconvocada, anunciou o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.
“Entendo que o sindicato teve a ação própria que deveria ter, registo o bom senso de terem reconhecido que isto era, realmente, uma situação de enorme dano e que poderia pôr em causa o futuro da empresa”, adiantou João Trabuco Nunes, destacando que só o anúncio do pré-aviso de greve motivou “prejuízos irreparáveis” à empresa e à economia da região, face aos cancelamentos decorrentes desta situação.
Questionado sobre as matérias que a companhia açoriana, empresa de capitais públicos da Regia Autónoma, cedeu para a desconvocação da greve, o administrador admitiu que a SATA cedeu “a exigências do sindicato”.
O administrador ressalvou, porém, que nunca cedeu naquelas matérias que representavam “aumentos e incrementos na massa salarial”, dado que a transportadora “não só não” tem condições para as satisfazer, mas, mesmo que tivesse, estava impedida legalmente pelo próprio Orçamento do Estado de avançar nesse sentido
Sobre eventuais futuras paralisações, João Trabuco Nunes respondeu: “Vamos manter a posição que temos tido até agora, é manter sempre até ao fim o mais possível o diálogo”.
“O diálogo tem sido cordial, tem havido cordialidade, apesar do desgaste que naturalmente causa nas pessoas”, declarou, referindo que têm ocorrido sucessivas reuniões, de várias horas.
“É obvio que, com certeza, que quer uma parte quer outra está desgastada. Apesar disso, sempre, sempre com cordialidade. E, portanto, é esse comportamento e é esse relacionamento que queremos manter para futuro quando surgirem outras oportunidades ou outras ameaças nesse sentido”, acrescentou João Trabuco Nunes.
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