A favor da vacinação das crianças, com idades entre os 5 e os 11 anos, a diretora-geral explicou porque defende essa medida.
"O grupo dos 0 aos 9 anos é o grupo onde o vírus circula sem nenhuma barreira, circula de forma livre", salienta.
"Há casos graves de Covid em crianças", afirmou em entrevista ao jornalista Vítor Gonçalves, na "Grande Entrevista" da RTP.
Esses casos registam-se entre crianças com doenças prévias (comorbilidades), como em "crianças saudáveis anteriormente".
Além disso, Graça Freitas deixa o alerta: os "isolamentos sucessivos" das crianças com doença ligeira "também têm impacto na saúde mental".
Questionada sobre se Portugal terá vacinas de dose pediátrica para inocular esta faixa etária, dos 5 aos 11 anos, Graça Freiras confirma essa disponibilidade.
"Portugal vai ter vacinas, se for essa a decisão, para [vacinar] todas as crianças", disse.
Recorde-se que a dose pediátrica reúne duas doses de uma fração de 10 microgramas da vacina, um terço do volume da dose administradas em pessoas com mais de 12 anos.
As primeiras 300 mil vacinas chegam a Portugal a 13 de dezembro e a vacinação poderá começar logo em janeiro. Foi pedido a um grupo de especialistas de pediatria para elaborar uma recomendação e esse parecer será entregue esta quinta-feira.
"Não podemos estar à espera de uma decisão para por o mecanismo logístico a funcionar", justificou. Se medida não for aprovada, as vacinas podem ser "doadas ou vendidas".
Também esta quarta-feira, o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) defendeu que pode considerar-se "a vacinação de todas as crianças entre os 5 e 11 anos de idade, tendo em conta a situação epidemiológica a nível nacional", mas que as que têm risco de desenvolver doença grave devem ser consideradas um grupo prioritário.
O relatório do ECDC, publicado hoje, concluiu que "as crianças com idades compreendidas entre os 5-11 anos que estão em risco de desenvolver doença grave devem ser consideradas um grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19, tal como em outros grupos etários".
Segundo refere o comunicado, "as taxas de hospitalização e a proporção de casos hospitalizados com covid-19 em crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 11 anos aumentaram, tal como os casos noutros grupos etários, mas mantêm-se em níveis mais baixos do que nos adultos".
Assim, o ECDC defende que sendo crianças sem factores de risco conhecidos "também susceptíveis a doença grave e hospitalização", poderá considerar-se "a vacinação de todas as crianças entre os 5 e 11 anos de idade, tendo em conta a situação epidemiológica a nível nacional".
A diretora-geral da Saúde disse falou ainda sobre as idades mais avançadas, que continuam o processo de vacinação, estimando que o grupo etário dos 50 e mais anos possa começar a tomar a terceira dose da vacina a partir de janeiro ou fevereiro.
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