“[Paramos] o tempo que for necessário” para que os problemas do setor “sejam minimamente solucionados”, informou à agência Lusa Jerónimo Rato, que participa na reunião da Associação dos Armadores da Pesca Industrial, garantindo que a tomada de posição “nada tem a ver com cercos ou com sardinhas”.

Segundo a mesma fonte, a decisão surge devido “à vergonha que se passa” no setor, no qual os “problemas se têm agravando, porque nada efetivamente tem vindo a ser feito”, pelo que foi decidido pedir uma reunião à tutela.

“Portanto, neste momento decidimos que vamos pedir uma reunião urgente à senhora ministra e, passado 30 dias, se nada ficar resolvido, o setor vai parar. Não tem mais condições para continuar a trabalhar, vamos parar”, anunciou.

Jerónimo Rato referiu terem sido apresentados quatro projetos de lei, há cerca de cinco meses, “para fazer uma reforma da pesca, do setor”, e o “resultado é que nada foi feito e, portanto, os problemas vão se agravando”.

O pedido de reunião e a hipótese de greve “nada têm a ver com cercos (forma de pesca), nem com sardinhas, tem a ver com o setor do peixe, o setor das pescas nacional”, explicou à Lusa.

O mesmo responsável precisou que da reunião de hoje sairá um ofício para pedir uma reunião à ministra, num prazo de 30 dias, “bastante alargado, por causa da agenda”.

Nesta associação dos armadores estão representados todos os setores da frota do país, concluiu.

A referência ao cerco e à sardinha acontece um dia depois de a ministra do mar, em declarações à agência Lusa, ter informado sobre a interdição de captura daquela espécie em zonas do Norte e do Centro do país, por serem “áreas importantes para a reprodução”.