“Estamos a fazer tudo” para que “não se coloquem” constrangimentos e problemas maiores, relativamente à seca, e “esta é uma responsabilidade de todos”, que passa pela poupança de água, argumentou o ministro, em Évora.
À margem da edição deste ano do Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento (ENEG), que hoje arrancou na cidade alentejana, o ministro foi questionado pelos jornalistas sobre as críticas que a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, fez, na semana passada, de que o Governo "acordou tarde" para o problema da seca.
Segundo João Matos Fernandes, Assunção Cristas “não tem razão nenhuma”, porque o Governo, “desde maio”, que começou a adotar medidas.
“Começámos por restringir o uso da água para a produção de energia nas barragens, com prejuízos noutros domínios ambientais, mas sentimos que isso era fundamental fazer”, e foi este Governo que “aprovou, nunca antes nenhum o tinha feito, um plano de contingência contra a seca”, com a definição de “prioridades claras”, destacou.
Antes do verão, “quando já se imaginava o que ia acontecer”, continuou o governante, a empresa Águas de Portugal contratou “um conjunto vasto de camiões cisterna, cujo valor ainda nem foi completamente consumido, para levar água a pequenos aglomerados”.
E, além disso, afirmou, “está em curso um conjunto de investimentos, que ultrapassa os 40 milhões de euros, para ligar água desde o Alqueva a aglomerados” dos concelhos de Mértola e de Beja.
“Tudo estamos a fazer, incluindo acudir a uma situação muito concreta em Fagilde, na proximidade de Viseu, situação essa que era impensável antes do verão”, mas resultou “do facto de “uma parte significativa de água daquela albufeira ter sido utilizada para apagar incêndios”, lembrou.
Esse foi mesmo o “único caso que surgiu” como sendo “de necessidade mais emergente”, sublinhou, aludindo aos 10 camiões cisterna que estão a transportar água para aquela albufeira e para reservatórios.
Ao insistir que poupar água é uma responsabilidade que cabe a todos, João Matos Fernandes exemplificou que “faz sentido poupar água em Lisboa”, porque, apesar de Castelo de Bode ser “uma das albufeiras com mais água neste país”, é necessário acautelar os consumos.
“Se, neste momento não está programado o transporte por comboio de água a partir do sistema de Castelo de Bode, mais concretamente do Entroncamento, até Mangualde, é porque não sentimos essa necessidade. Mas, se for necessário, assim o faremos”, admitiu.
Questionado pelos jornalistas em relação aos caudais do rio Tejo, o ministro do Ambiente disse que “Espanha tem cumprido as obrigações da albufeira” e que, na próxima semana, na segunda e na terça-feira, vai estar reunido com a sua homóloga espanhola, no Porto, “para discutir esta, entre outras matérias”, numa reunião que “já estava prevista” anteriormente.
Quanto à poluição no rio Tejo, o governante lembrou que, recentemente, visitou Vila Velha de Ródão e Nisa, num domingo, “dia de baixo caudal”, e que constatou que a situação estava “controlada”.
“Aliás, nos últimos 10 dias, não tem havido nenhuma especial preocupação”, apesar de o oxigénio dissolvido na água se encontrar “abaixo dos valores-padrão”, em especial na barragem do Fratel.
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