Em conferência de imprensa no final da visita à cidade de New Bedford, no âmbito da sua deslocação aos EUA, Berta Nunes justificou com a pandemia de covid-19 as longas listas de espera para atendimento e dificuldades na marcação de agendamentos ‘online’.
“O impacto da pandemia fez com que os consulados estivessem algum tempo sem poder atender presencialmente”, o que prejudicou o normal funcionamento e obrigou a uma reorganização, que ainda está em curso, considerou a secretária de Estado.
A governante declarou que a rede consular tem recebido reforços de pessoal todos os anos, inclusivamente no ano passado, mas um dos maiores problemas nos Estados Unidos centra-se com os pagamentos que estão a ser oferecidos a novos trabalhadores.
“Aqui nos Estados Unidos temos o problema de recrutamento e retenção de pessoas por causa daquilo que estamos a pagar neste momento”, declarou Berta Nunes, acrescentando que os cônsules têm transmitido as dificuldades de “fazer recrutamento local e de reter as pessoas”.
“Contamos até ao fim do ano ter feito a negociação sindical respetiva e ter aprovado as novas tabelas remuneratórias, que irão resolver este problema nos nossos consulados”, respondeu.
As medidas de desmaterialização para a obtenção ou apresentação de documentos ‘online’, que estão a ser introduzidas em Portugal, estão a ser testadas também na diáspora.
“Se estas medidas de desmaterialização são importantes para Portugal, elas são muito mais importantes para as comunidades”, disse Berta Nunes.
A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas deu como exemplos os registos de nascimentos de forma virtual, uma primeira medida que já foi alargada a França e Reino Unido, a renovação do Cartão de Cidadão ‘online’ ou os envios de cartões de cidadão por correio.
“Está completamente assumido pelo Governo português que todas as medidas de desmaterialização são para alargar aos nossos consulados, principalmente nos países onde temos as comunidades maiores, mas também noutros”, afirmou a responsável.
Berta Nunes acrescentou ainda que uma das prioridades para a rede consular nos Estados Unidos é o início de um centro de atendimento consular à distância, que “faz parte do novo modelo de gestão consular”.
“Já existem centros de atendimento em que nós temos pessoas em Portugal treinadas para atender os telefonemas, para responder aos ‘e-mails’, para fazer os agendamentos, para darem informações, que são diferentes de país para país”, descreveu a secretária de Estado.
“A pandemia teve um impacto muito, muito forte, mas também por outro lado a pandemia obriga-nos a acelerar todas estas medidas, para podermos responder às pessoas que têm necessidade dos serviços consulares”, concluiu Berta Nunes.
Questionada sobre um eventual alargamento da rede consular para outros pontos dos Estados Unidos que estão a receber mais portugueses nos últimos anos, a secretária de Estado disse que a “evolução da comunidade” portuguesa está a ser acompanhada, mas a estratégia passa por reforçar as “permanências consulares” ou acrescentar outros serviços em locais próximos.
“Os recursos são sempre limitados, mas sim, nós temos consciência de que a nossa comunidade está a ir também para outros locais, nomeadamente até o Texas (…) e também vamos acompanhando essa evolução da nossa comunidade”, afirmou Berta Nunes.
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