“A situação humanitária era extremamente dura antes dessas hostilidades, e agora apenas se pode deteriorar exponencialmente. É desesperadamente necessário equipamento médico, comida, combustível e outros bens humanitários, e ainda o acesso a pessoal humanitário” para Gaza, disse Guterres em conferência de imprensa.
O chefe da ONU, que apelou ao fim dos ataques a Israel e aos territórios palestinianos ocupados, alertou para as consequências humanas e pediu a “todas as partes e atores relevantes” que permitam “o acesso da ONU para a entrega de assistência humanitária urgente aos civis palestinianos retidos e indefesos da Faixa de Gaza”.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade Al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas.
O mais recente balanço do Ministério da Saúde palestiniano registava pelo menos 560 mortos devido aos ataques aéreos israelitas em Gaza — incluindo dezenas de menores e mulheres — o que elevava para mais de 1.250 o total de mortes nos dois lados dos confrontos armados iniciados no sábado.
Segundo fontes oficiais palestinianas, nas últimas horas foi bombardeado o campo de refugiados palestinianos de Jabaliya provocando um número indeterminado de vítimas, com registos de pelo menos 123.000 deslocados internos num enclave com dois milhões de habitantes.
Foi ainda imposto por Israel um bloqueio total ao fornecimento de combustível, alimentos e eletricidade à Faixa de Gaza.
A estas vítimas somavam-se os mais de 700 mortos do mais recente balanço do Ministério da Saúde de Israel, divulgado no domingo.
O elevado número de mortos confirmado em pouco mais de 24 horas não tem precedentes na história de Israel, apenas comparável à sangrenta primeira guerra israelo-árabe de 1948, após a fundação do Estado de Israel.
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