“Se mostrarmos qualquer fragilidade, virão milhões”, assegurou Trump num casino em Las Vegas, onde o público repetia o seu nome e lhe pedia, aos gritos: “Construa o muro!”.
Trump recebeu duras críticas, inclusive dentro do próprio Partido Republicano, por ter instaurado uma política de “tolerância zero” que levou à separação de crianças imigrantes dos respetivos pais e que, segundo os seus críticos, pretendia dissuadir a imigração de mexicanos para os Estados Unidos da América.
Na quarta-feira, Trump viu-se obrigado a assinar uma ordem executiva para pôr termo à separação das famílias de imigrantes, embora não tenha precisado como se procederá para reunir aos pais as mais de 2.300 crianças que foram distribuídas por albergues e centros de acolhimento em todo o país.
“Devemos ser fortes, devemos construir o muro”, sublinhou Trump, insistindo em que é necessário ser “duro” para impedir que mais imigrantes ilegais entrem no país.
O chefe de Estado norte-americano reiterou a intenção de instaurar um sistema migratório baseado no mérito e alterar o atual método de reunião familiar, batizado como “migração em cadeia” porque permite aos familiares de alguns imigrantes ir para os Estados Unidos se cumprirem determinados requisitos.
“Queremos que venham para o nosso país, mas com um sistema assente no mérito, para que possam ajudar-nos. Queremos gente que possa amar o nosso país e que queira tornar os Estados Unidos novamente grandes”, sustentou Trump, citando o seu lema de campanha “Make America Great Again”.
O Presidente norte-americano referiu-se por diversas vezes às eleições legislativas intercalares de novembro, nas quais os republicanos querem aumentar a estreita maioria que detêm no Senado, ao passo que os democratas vão tentar arrebatar-lhes a Câmara dos Representantes, onde consideram ter maiores hipóteses.
Trump garantiu que os democratas querem usar a imigração para ganhar votos e declarou: “Eu também gosto do tema da imigração, de facto, acho que me elegeram por isso”
“O nosso lema é fronteiras fortes e nada de crime. O deles é: fronteiras abertas e deixar que a Mara Salvatrucha (ou MS-13, gangue formado sobretudo por salvadorenhos que atua nos Estados Unidos e América Central) se apodere do país”.
O Presidente foi recebido com aplausos dentro do casino, onde se realizava uma reunião dos líderes republicanos do estado do Nevada, mas, no exterior do edifício, cerca de 300 pessoas esperavam-no com cartazes e palavras de ordem de protesto.
Nos cartazes dos ativistas liam-se mensagens como “Ponham Trump numa jaula” e “Na realidade, SIM, importo-me. E tu?”, numa referência à frase que a primeira-dama, Melania Trump, tinha inscrita nas costas do impermeável que envergava quando visitou, esta semana, um centro de detenção de crianças imigrantes separadas dos pais, no Texas.
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