Israel pediu aos residentes da área de al-Jalaa que saíssem, com folhetos lançados de aviões e mensagens de texto, empurrando para as estradas famílias que já foram deslocadas várias vezes em mais de dez meses de guerra no território palestiniano.

O conflito iniciou-se a 7 de outubro, quando militantes do Hamas mataram 1.198 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, de acordo com um balanço baseado em dados oficiais israelenses. Entre os mortos, havia mais de 300 militares.

O grupo também fez 251 reféns, dos quais 111 continuam sequestrados em Gaza, embora 39 deles sejam dados como mortos, segundo o exército de Israel.

Até o momento, a ofensiva em Gaza provocou 39.790 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, que não detalha quais, entre eles, são civis ou combatentes.

A guerra causou um desastre humanitário e ameaça o território da Palestina com 2,4 milhões de pessoas com fome, segundo a ONU.

O exército de Israel afirma que aspira acabar com a presença de combatentes do Hamas em Khan Yunis, localidade alvo de várias ofensivas relevantes. Na verdade, as tropas israelitas voltam regularmente às áreas das quais se retiraram, perante o que dizem ser o ressurgimento de unidades do Hamas.

Neste domingo, muitas famílias saíram correndo da área de Al Jalaa, a pé ou em camiões carregados de colchões, roupas ou utensílios de cozinha.

"Fugi da Cidade de Gaza no início da guerra para Khan Yunis", diz Um Sami Shaada, uma palestiniana de 55 anos.

"A minha filha foi morta num bombardeamento, então fomos para Rafah", mais a sul, "depois voltamos para cá e agora, com esta nova ordem de evacuação, não sabemos para onde ir", explica.

"Somente nos últimos dias, mais de 75.000 pessoas foram deslocadas no sudoeste da Faixa de Gaza", disse o chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, no X.

"Os habitantes de Gaza estão encurralados e não têm para onde ir", acrescentou. "Alguns só podem levar os filhos com eles, outros colocaram toda a sua vida numa pequena mala", acrescentou.