“O papel de Haspel na supervisão da tortura pelos EUA é preocupante, a sua recusa em reconhecer a imoralidade da tortura desqualifica-a [para o cargo de diretora da CIA] e por isso defendo que o Senado deve exercer o seu dever (…) e rejeitar esta nomeação”, escreveu McCain, num comunicado divulgado na quarta-feira.
Gina Haspel foi nomeada para o cargo pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Implicada nos interrogatórios em que elementos da rede terrrorista Al-Qaida foram torturados em 2002, Haspel afirmou, perante uma comissão do Senado norte-americano, que o seu “código moral é sólido”.
“Na CIA, não permitirei que se prossigam atividades que considero imorais, mesmo que, tecnicamente, sejam legais. Não permitirei de todo”, disse Haspel, ao responder, na quarta-feira, à pergunta de um senador se obedeceria a uma ordem direta de Donald Trump.
McCain, ex-militar, antigo prisioneiro de guerra no Vietname durante cinco anos e vítima de tortura, declarou que Haspel “não abordou devidamente as dúvidas” que recaem sobre ela, devido ao envolvimento que teve no programa de tortura norte-americano.
Gina Haspel dirigiu, pelo menos durante parte de 2002, uma operação de prisão secreta da CIA na Tailândia, na qual suspeitos de pertencerem à Al-Qaida foram frequentemente torturados.
De 61 anos, 33 dos quais passados na CIA, com sede em Langley, no estado da Virgínia, Gina Haspel beneficia do total apoio de Donald Trump.
A candidata a diretora da CIA enfrenta um difícil processo de confirmação no Senado, pois os republicanos têm apenas 51 lugares contra 49 democratas.
Além de McCain, também o senador Rand Paul, aspirante à candidatura republicana à Casa Branca em 2016, pode vir a votar contra esta nomeação. A confirmar-se a recusa de Rand Paul, Gina Haspel vai precisar do apoio de alguns democratas.
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