“Nós temos uma adesão de 63,4%. Os serviços dos seis parques estão fechados. Não há reboques e bloqueios em funcionamento. O atendimento e a entrega de viaturas na Costa de Caparica também estão encerrados. Temos a fiscalização inativa”, disse à Lusa o coordenador da região de Setúbal do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), João Paulo Sousa.
Os trabalhadores da Ecalma já tinham realizado um protesto em julho, mas como “nada foi respondido”, iniciaram hoje uma nova greve a tempo integral.
Na terça-feira, outro responsável do STAL, Pedro Rebelo, disse à Lusa que os trabalhadores voltavam à greve “basicamente pelas mesmas razões: pela recusa de aumentos salariais e pela revisão do Acordo de Empresa em relação às carreiras”.
O sindicato e os trabalhadores estão contra o uso do sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP).
“O STAL desde o início que recusa o SIADAP porque é uma vergonha, apenas 25 por cento dos trabalhadores poderão ter acima de um ponto, ou seja apenas 25 poderão ver o seu mérito reconhecido”, justificou.
O mesmo responsável informou ainda que “os trabalhadores estão sem um aumento desde 2009”.
Na quinta-feira, a administração da Ecalma realizou uma reunião com os trabalhadores e a agência Lusa tentou, durante o dia de hoje, falar com a empresa, mas sem sucesso.
Já João Paulo Sousa, do STAL, esteve presente na reunião e diz que a administração mantém as mesmas posições.
“Em relação ao aumento dos salários, nada foi resolvido e em relação ao resto também não, mantêm a mesma posição”, indicou.
O responsável apontou ainda que o sindicato “critica vivamente” o facto de a administração ter realizado uma reunião “para intimidar os trabalhadores”.
“Para nós é uma demonstração de má-fé negocial e do respeito pela negociação coletiva e do Acordo de Empresa”, frisou.
Já a Câmara Municipal de Almada, quando abordada pela Lusa, também decidiu não prestar declarações, uma vez que considera ser da competência da administração da empresa.
Entre os dias 26 e 31 de julho os trabalhadores da Ecalma realizaram uma greve parcial, de uma hora diária (entre as 11:00 e as 12:00), tendo manifestado o seu descontentamento em concentrações junto à sede da empresa.
No último dia de manifestação, Pedro Rebelo reuniu-se em plenário com os trabalhadores e indicou que a ideia era “a continuação do processo reivindicativo”, porque “na prática nada foi respondido”.
Nessa ocasião, o presidente da Ecalma, Gabriel Oliveira, disse à Lusa que “não foi preciso chegar a um acordo” com os trabalhadores e que este protesto se tratou de “uma greve perfeitamente política”.
“As condições que encontram na Ecalma desde o início do ano são reconhecidas pelos trabalhadores”, apontou.
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