O prémio Astrid Lindgren Memorial Award (ALMA) é uma iniciativa do Conselho Sueco das Artes e tem um valor monetário de cerca de 431 mil euros destinado a escritores, ilustradores, instituições e pessoas que trabalhem na promoção do livro e da leitura para os mais novos.

Entre os nomeados para 2024, hoje anunciados pela organização na Feira do Livro de Frankfurt, estão três autores portugueses candidatos pela primeira vez: a ilustradora Mariana Rio e os escritores David Machado e José Vaz.

A eles juntam-se ainda Bernardo P. Carvalho, António Jorge Gonçalves, André Letria e Catarina Sobral, todos da área da ilustração e desenho gráfico, anteriormente nomeados para o prémio.

Pedro Mexia junta-se ao É Desta Que Leio Isto no próximo encontro, marcado para dia 19 de outubro, pelas 21h00.

Poeta e crítico literário, escolheu para a conversa no clube de leitura o livro "A Terra Devastada", de T. S. Eliot.

Para se inscrever no encontro basta preencher o formulário que se encontra neste link. No dia do encontro receberá um e-mail com todas as instruções para se juntar à conversa.

Pedro Mexia, da poesia às traduções

Pedro Mexia nasceu em Lisboa, em 1972, e licenciou‑se em Direito pela Universidade Católica. Escreveu crítica literária e crónicas para os jornais Diário de Notícias e Público e também faz traduções; atualmente colabora com o semanário Expresso. Além disso, é um dos membros do "Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer" (SIC Notícias) e mantém, com Inês Meneses, o programa PBX. Foi subdiretor e diretor interino da Cinemateca.

T.S. Eliot e "A Terra Devastada"

A estreia de T. S. Eliot na poesia deu-se em 1915, na revista Poetry, de Chicago, onde saiu um dos seus mais famosos poemas, The Love Song of J. Alfred Prufrock. Este e outros poemas constituíram, em 1917, o seu primeiro livro

Em 1922 surgiu o poema The Waste Land — "A Terra Devastada", na tradução em português —, considerado um dos mais belos e mais importantes poemas do Modernismo.  O tema de The Waste Land é a decadência e fragmentação da cultura ocidental, concebida imaginativamente por analogia com o fim de um ciclo de fertilidade natural. O poema divide-se em cinco partes, que não obedecem a uma sequência lógica, e estende-se por 433 versos. A justaposição de símbolos, imagens, ritmos, citações e sequências temporais, contribuem para a dimensão épica do poema e reforçam a sua coerência artística.

Mariana Rio (1986), formada em Design Gráfico e Design de Comunicação, já foi premiada em Portugal, Estados Unidos da América (EUA) e Coreia do Sul pelo trabalho como ilustradora.

É coautora de livros como “A construção do mundo”, com Fábio Monteiro, “Vamos descobrir a Biblioteca Nacional”, com Luísa Ducla Soares, “A casa-a da doutora Farnsworth”, com Joana Couceiro, e “Fatma”, com Conceição Dinis Tomé.

David Machado (1978), que acaba de publicar o livro ilustrado “Esta história”, com João Fazenda, é autor de contos, romance e romance juvenil, nomeadamente “Os reis do mar”, “Não te afastes” e "O tubarão na banheira" (2009).

José Vaz (1940) começou a escrever para os mais novos em finais dos anos 1970, tendo publicado contos e teatro, como “Para sonhar com borboletas azuis”, “A Viagem à Terra dos Oxalás”, “O Mandarim Fi-Xú” e “Celestino, o rato da biblioteca”.

A lista total de nomeados integra 245 candidatos de 68 países e o vencedor será anunciado a 9 de abril de 2024, coincidindo com a Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, Itália.

Este ano, o prémio ALMA foi atribuído à escritora norte-americana Laurie Halse Andersen, que doou parte do dinheiro à organização Pen América, para o combate à censura de livros.