Os problemas cuja resolução a Frente Comum reivindica — e onde se incluem a perda de poder de compra dos trabalhadores da administração pública, a precariedade ou a degradação dos serviços e das carreiras – foram ‘vertidos’ em letras de canções adaptadas pelos sindicalistas às músicas ‘Os vampiros’ e ‘Chula da Póvoa’ de Zeca Afonso.
Gritando palavras de ordem como “A luta continua nos serviços ou na rua” e “É urgente e necessário o justo aumento do salário”, os sindicalistas cantaram simbolicamente as Janeiras junto à residência oficial do primeiro-ministro, em S. Bento, para, como precisou o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, “alertar o primeiro-ministro para as trapalhadas que o seu Governo anda a fazer”.
“As letras [destas canções adaptadas] refletem aquele que é o problema que se vive na administração pública, tanto para quem lá trabalha como para quem usa os serviços públicos”, referiu o dirigente da Frente Comum.
Em declarações aos jornalistas, Sebastião Santana salientou que este é o 13.º ano consecutivo em que os trabalhadores da administração pública perdem poder de compra, em resultado da manutenção “política de baixos salários”.
“A política de baixos salários continua, a precariedade continua, a degradação dos serviços públicos é cada vez mais uma evidência para todos e importa que Sr. primeiro-ministro, de uma vez por todas, meta rédeas naquilo que tem sido a política do Governo na administração pública”, disse o dirigente sindical.
Considerando que as reuniões que têm sido feitas com o Ministério da Presidência (que tem a tutela da administração pública) têm sido “completamente infrutíferas” e que à proposta reivindicativa da Frente Comum o Governo respondeu que não concorda, Sebastião Santana afirmou que a estrutura sindical está disponível para negociar, mas não descarta a adoção de formas de luta em caso de ausência de resposta.
“A Frente comum não deixa de fora qualquer forma de luta. Vamos avaliar o que o Governo vai fazer este ano, que propostas é que traz para cima da mesa e se está ou não disposto a resolver problemas”, referiu o coordenador da Frente Comum (afeta à CGTP), sublinhando que se não houver esta disponibilidade “com certeza que a luta é o caminho que os trabalhadores vão escolher”.
“Estaremos disponíveis para desenvolver todas as formas de luta que os trabalhadores considerem adequadas”, o que incluí “manifestações, greves e concentrações”, acentuou.
Depois de cantarem as janeiras — numa altura em que a alguns metros de distância, no parlamento, decorria ainda o debate sobre moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal — os dirigentes sindicais entregaram na residência oficial um documento dirigido ao primeiro-ministro em que exigem a negociação efetiva da proposta reivindicativa que apresentaram e alertam para a degradação das condições de vida dos trabalhadores e a necessidade de reforço dos serviços públicos.
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