"É preciso esclarecer a sociedade portuguesa que o indivíduo intervencionado e posteriormente detido, para além de desobedecer a uma ordem legal, ofendeu e injuriou o agente, como tinha na sua posse um engenho pirotécnico (petardo), proibido por lei", diz o SINAPOL, em comunicado.
Segundo o sindicato, estes factos constituem a "prática de diversos crimes, sendo que o mais grave é a posse de engenho pirotécnico".
O SINAPOL recorda que foi um engenho semelhante ao agora apreendido que, em 1996, provocou a morte de um adepto de futebol no Estádio Nacional.
"É preciso perceber que o detido pôs em perigo a sua própria vida, a vida do agente, bem como de terceiros, razão pela qual o agente atuou no sentido de garantir a segurança de todos", salientou o sindicato.
O SINAPOL diz ainda "lamentar e repudiar" as declarações do deputado do PS Tiago Rebelo no sentido de que "este agente tem de ser identificado e provavelmente expulso da polícia".
"Como deputado (...) devia abster-se de efetuar qualquer julgamento público sobre a atuação do agente", conclui o sindicato.
A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu hoje um processo disciplinar relacionado com a intervenção da PSP junto de adeptos antes do jogo de futebol entre o Benfica e o Futebol Clube do Porto, no sábado.
“A IGAI instaurou processo de natureza disciplinar no sentido de apurar todo o circunstancialismo decorrente das imagens captadas e postas a circular por canais televisivos e na Internet”, avança aquele organismo de fiscalização de atuação das polícias, numa resposta enviada à agência Lusa.
A IGAI admite avocar o processo disciplinar aberto pela PSP a um dos polícias que, antes do início do jogo, terá agredido um dos adeptos.
Num comunicado hoje divulgado, a direção nacional da PSP lembra que pelas 19:52 de sábado, aquando da detenção de um dos adeptos, nas imediações do estádio da Luz e antes do início do jogo, “aparentemente um dos polícias usou a força pública de forma que poderá constituir infração disciplinar, por contrariar as normas sobre os limites ao uso de meios coercivos em vigor na PSP”.
A direção nacional da PSP adianta que, após o visionamento das imagens, divulgadas por diversos órgãos de comunicação social, “foi imediatamente determinada a instauração de processo disciplinar para apurar todas as circunstâncias da ocorrência”.
O processo disciplinar decorre na Unidade Especial de Polícia (UEP), que integra o Corpo de Intervenção da PSP, do qual faz parte o polícia alvo do processo disciplinar.
A Polícia de Segurança Pública fez no sábado um balanço final de 11 detenções considerando que estes adeptos tiveram comportamentos que consubstanciaram práticas ilegais ou crimes.
Comentários