“Os reclusos que exibem imagens através de vídeos ou fotos do interior dos estabelecimentos prisionais, não estão interessados em cabines e mais telefones. Estes reclusos vão continuar a tentar e a conseguir (lamentavelmente) introduzir telemóveis nas prisões para utilizarem as redes sociais e exibirem-se aos amigos em festas, no ginásio, na cela e outros cenários que mostrem o seu poder na prisão, e as cabines não permitem essa exposição”, refere o sindicato em comunicado.

O sindicato, em resposta à ministra da Justiça, acrescenta que os vídeos e fotografias publicados nas redes sociais não são poucos, referindo que nas páginas pessoais dos reclusos existem “postagens diárias de muitas prisões diferentes”.

O documento acrescenta que a droga nas prisões é, na maioria, haxixe, salientando que o governo não tem “substitutos de haxixe” e que não combate de forma eficaz a sua circulação nas prisões.

Já em relação ao número de detidos, o SNCGP salienta que a lotação dos estabelecimentos prisionais no país é de 12.694 reclusos e que, a 15 de abril deste ano, existiam 12.906 reclusos, mais 212 que os lugares disponíveis.

O sindicato diz ainda que existe uma “enorme falta de guardas prisionais” e que o novo horário de trabalho origina uma “redução significativa” de guardas ao fim de semana.

A ministra da Justiça considerou hoje que a utilização de telemóveis ilegais em estabelecimentos prisionais é má e “não pode acontecer”, e anunciou que o Governo está a negociar a instalação de 150 cabines telefónicas nas prisões.

“É mau para o ponto de vista do sistema prisional e para a ideia que se tem de ter da segurança no interior, é mau e não pode acontecer”, disse aos jornalistas Francisca Van Dunem à margem da visita que efetuou ao Juízo de Comércio de Lagoa, no distrito de Faro.

De acordo com a ministra, para evitar que os reclusos utilizem telemóveis não autorizados dentro do sistema prisional, como aconteceu recentemente com um recluso que filmou e divulgou imagens captadas no interior do Estabelecimento Prisional do Linhó (Sintra), o Governo tem pensadas soluções: a instalação de cabines telefónicas e a utilização de números predefinidos durante determinados períodos.

“Neste momento está a negociar-se 150 cabines telefónicas, uma coisa que já não se usa, para o interior dos estabelecimentos prisionais, para permitir que as pessoas possam contactar e não tenham que recorrer a outro tipo de métodos”, sublinhou a governante.

Para Francisca Van Dunem, a outra medida, é a permissão da utilização de telemóveis “com números prefixados, pelos quais as pessoas podem ligar durante um período”.