O SIM manifestou a sua “enorme preocupação” por esses partos terem acontecido “sem que estivessem garantidas as condições mínimas para que tal sucedesse”, porque foi necessário fazer uma cesariana e reanimar um recém-nascido sem a presença de um pediatra, denunciou.
“A ausência de pediatras no serviço de urgência e no hospital, teria levado a um desfecho fatal, não fosse a intervenção do anestesista que, perante uma situação crítica, procedeu à reanimação da criança, embora a sua obrigação fosse para com a mãe (anestesiada), sendo que a função de reanimar o recém-nascido, pela sua especificidade, compete ao pediatra”, realçou o SIM do Algarve num comunicado.
A mesma fonte classificou como “lamentável” que se tenha posto “em risco a vida dos recém-nascidos, no hospital de Portimão, pela incapacidade e pela irresponsabilidade de quem gere o hospital”.
“É de tal modo gritante essa inépcia, que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) recentemente apenas abriu concurso para um pediatra, quando necessita de 14”, argumentou.
O SIM questionou-se sobre as razões “na origem desta poupança cega e insensata”, perguntando-se se será pela “incompetência”, e defendeu que a situação verificada em Portimão “demonstra o falhanço total quer do conselho de administração do CHUA, quer do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve”.
O sindicato considerou que o CHUA e a ARS “não acautelarem de forma responsável, como lhes deve competir, as necessidades da região e dos algarvios”, designadamente os do barlavento, servidos pelo hospital de Portimão e que, segundo o SIM, têm “direito a ter as condições adequadas para que os seus filhos nasçam com a mesma segurança relativamente a qualquer outra parte do país”.
O caso da falta de pediatras no hospital de Portimão foi noticiado por vários órgãos de comunicação social nos últimos dias.
Ao Correio da Manhã e ao Observador, a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) disse que se tratou de uma “situação imprevisível e excecional”, reconheceu que os partos "não devem" ser realizados sem pediatras e lembrou a “carência” de pediatras no CHUA.
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