“Estão 100% dos trabalhadores a trabalhar”, afirmou o porta-voz do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, em Aveiras de Cima, Lisboa, à porta da sede da CLC – Companhia Logística de Combustíveis.
O Governo decretou na segunda-feira uma requisição civil dos motoristas em greve para assegurar o abastecimento da Rede de Emergência, aeroportos, postos servidos pela refinaria de Sines e unidades autónomas de gás natural.
A decisão foi tomada em Conselho de Ministros, realizado à tarde, depois de os serviços mínimos terem deixado de ser cumpridos.
“Neste momento, o que se passa é uma greve de zelo e o Governo é conivente”, referiu Pardal Henriques hoje, explicando que os motoristas não irão fazer horas extraordinárias, estando a cumprir as oito horas regulamentares de trabalho.
“Isto quer dizer que fazem cerca de metade das horas normais”, portanto “é normal que os serviços mínimos representem metade do serviço normal”, adiantou.
Ainda assim, Pardal Henriques considera que, “aos poucos, os postos de abastecimento vão ficar vazios”.
Apesar de “esta manhã estar tudo a correr com normalidade”, os militares da GNR continuam a escoltar os camiões-cisterna que saem dos vários locais para abastecer os postos, disse à Lusa uma fonte daquela instituição.
Na segunda-feira, a associação das empresas ANTRAM elogiou a decisão do Governo, considerando-a “socialmente responsável”, segundo afirmou o porta-voz André Matias de Almeida.
“O comportamento que o Governo teve agora é socialmente responsável”, afirmou.
Segundo adiantou o representante da ANTRAM nas negociações com os sindicatos, na segunda-feira à tarde alguns motoristas “simplesmente desapareceram” e não cumpriram os serviços mínimos
Os motoristas cumprem hoje o segundo dia de uma greve marcada por tempo indeterminado e com o objetivo de reivindicar junto da ANTRAM o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).
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