Em declarações à Lusa, o coordenador do sindicato, André Pestana, disse que a greve às provas de aferição que terminou na quinta-feira teve uma adesão elevada e há novos pré-avisos de greve entre 16 e 26 de maio, para a qual também não foram decretados serviços mínimos.
“O que temos sentido é que a adesão à greve tem sido em crescendo, tanto é assim que temos recebido [informações] – e vamos levar isso à justiça — de que altos responsáveis relacionados com o Ministério da Educação estão a dar indicações para substituírem professores em greve, uma clara ilegalidade. Qualquer trabalhador em greve não pode ser substituído, o que é grave”, avançou.
O coordenador do Stop adiantou que na segunda-feira o sindicato vai ter uma reunião com o Ministério da Educação tendo como “ponto acelerador a progressão”.
“Ainda não recebemos a proposta do Ministério da Educação, mas continuamos a reafirmar que a única forma de repor a justiça sem criar assimetrias é claramente a equidade entre docentes do continente e arquipélagos, uma contagem integral do tempo de serviço”, disse André Pestana, admitindo que o sindicato está disponível para negociar “a velocidade a que se daria essa contagem”.
De acordo com André Pestana, os professores querem a contagem integral como aconteceu na Madeira e nos Açores.
“Temos também outras questões importantes que dizem respeito aos assistentes operacionais que têm salários de miséria e precisam de ter direito a formação durante o horário de trabalho, alterar o rácio porque estão exaustos, os problemas dos assistentes técnicos que estão desvalorizados e praticamente colados ao salário mínimo e dos técnicos superiores de educação com problemas de rácio, que em muitas escolas é de um psicólogo para mil alunos”, contou.
André Pestana disse ainda que na próxima semana vai haver uma assembleia de sócios, estando e cima da mesa novas formas de luta, entre as quais a greve às avaliações.
“Mas só na reunião se vai decidir quais as formas de luta”, disse.
O coordenador do STOP está hoje de manhã na Escola Básica e Secundária de Vialonga, no concelho de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, para participar num plenário com trabalhadores do estabelecimento.
“Viemos a esta escola em Vialonga, que está muito degradada e é das poucas que ainda tem uma situação que já devia ter sido erradicada: o amianto. O Stop foi o primeiro sindicato a fazer uma luta contra o amianto com mais de dois meses de greve e conseguimos que se avançasse com um plano nacional contra a erradicação do amianto orçamentada em milhões de euros, mas esta escola ainda não mereceu essa atenção”, contou.
No plenário, além dos problemas dos profissionais, vai também, segundo André Pestana, ser abordada a questão do amianto.
Após os primeiros cinco dias de greve às provas de aferição, segue-se um novo período de paralisações, entre 16 e 26 de maio, que coincide com as provas de educação física do 5.º ano e de tecnologias da informação e comunicação do 8.º ano.
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