Devido à greve, que começou na passada terça-feira e termina no sábado às 06:00, a extração e a produção "parou completamente" na mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, no distrito de Beja, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Luís Cavaco.
Por isso, o STIM faz um "balanço bastante positivo" da greve, disse, referindo que desde o início da paralisação que só decorrem "serviços mínimos" e "não foi extraída uma única pedra de minério" no fundo da mina e as duas lavarias "não produzem uma grama de concertado" de cobre, zinco ou chumbo.
Segundo o STIM, a greve, que foi decidida no passado mês de setembro, num plenário geral de trabalhadores da Somincor, serve para reivindicar o fim do regime de laboração contínua no fundo da mina, a "humanização" dos horários de trabalho, a antecipação da idade da reforma dos funcionários das lavarias, a progressão nas carreiras, a revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão sobre os trabalhadores".
A luta e as reivindicações dos trabalhadores são "legítimas" e a greve podia ter sido evitada se a administração da Somincor, que pertence ao grupo sueco-canadiano Lundin Mining, tivesse aceitado entrar em negociações com o STIM, disse Luís Cavaco.
Segundo o sindicalista, as reivindicações "têm sido, desde há muito tempo, colocadas em cima da mesa nas reuniões mensais" entre o STIM e a administração da Somincor, que "nunca fez questão de negociar e tentar resolver o problema dos trabalhadores".
Se as repostas da administração da Somincor às reivindicações continuarem a "não ser favoráveis", os trabalhadores vão avançar com as outras duas greves que também decidiram fazer no plenário geral no passado mês de setembro, uma em novembro e outra em dezembro, em datas ainda a definir, disse Luís Cavaco.
A Lusa contactou hoje a Somincor, que, através de fonte oficial, remeteu um eventual balanço da greve para segunda-feira.
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