“A greve ao trabalho extraordinário [que decorre a partir de hoje e até 03 de setembro] abrange os revisores, trabalhadores de bilheteiras e as chefias diretas. A adesão tem sido a esperada. Todos os trabalhadores convocados para o trabalho extraordinário estão a aderir ao pré-aviso de greve”, disse Luís Bravo em declarações à Lusa.
Apesar de não adiantar números, o líder sindical exemplificou que nos depósitos de revisores do Cais do Sodré e Santa Apolónia 50% do serviço é assegurado por trabalho extraordinário.
“Não há comboios paralisados, não é essa a nossa intenção, porque já saberíamos que a CP [Comboios de Portugal] iria transportar trabalhadores de algumas bilheteiras para acompanhamento de comboio. Isto resultou no encerramento de bilheteiras na linha de Sintra e Cascais. Um pouco por todo o país houve redução de efetivo”, acrescentou.
De acordo com Luís Bravo, na base do protesto está o incumprimento do Governo de um acordo para a compra/aluguer de comboios e recrutamento de trabalhadores, datado de 2017, que foi celebrado entre o sindicato, a CP e o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas.
“A grande maioria dos trabalhadores da CP hoje já cumpriu o número máximo de horas extraordinárias que se pode exigir. Estamos a apelar ao Governo que cumpra com um acordo que todos [aceitaram]. Não entendemos porque é que o ministro das Finanças [Mário Centeno] tem barrado o entendimento”, sublinhou.
Para o presidente do SFRCI os trabalhadores “estão no limite”, sendo, por isso, expectável que a adesão se mantenha nos próximos dias.
“Esperamos que o Governo tome decisões rápidas, não podemos continuar dependentes de empresas externas de caminhos-de-ferro, não podemos estar dependentes da Renfe no que toca ao aluguer ou cedência de material circulante e não podemos ter uma empresa com crescente procura e aumento de clientes a não ter trabalhadores para fazer cobranças”, concluiu
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