“Promovendo e privilegiando o diálogo social, foram realizadas, no último ano, mais de 20 reuniões com os sindicatos com o propósito de obter consenso sobre o Acordo de Empresa [AE] em geral, e sobre a revisão salarial em particular nos últimos meses, não tendo sido possível nenhum acordo”, adiantou a empresa que gere os aeroportos nacionais.
“Depois de um ano de negociações, a ANA continua empenhada na manutenção dos postos de trabalho e visando a melhoria das condições dos trabalhadores”, garantiu, referindo que “não as condicionando a negociações mais prolongadas no tempo, entendeu a Comissão Executiva da ANA Aeroportos de Portugal fazer uma atualização, através de um ato de gestão, à tabela salarial I correspondente a um aumento de 1,5%: um aumento imediato de 1% - assim como às cláusulas de expressão pecuniária indexantes a esses níveis - com efeitos a 01 de abril de 2022.
Além disso, “acresce um aumento de 0,5% em dezembro, sujeito ao nível de regularidade de atividade, com retroativos a 01 de junho de 2022”, referiu.
Além da revisão da tabela salarial, a ANA recordou que “procedeu ao pagamento de uma recompensa extraordinária aos trabalhadores e irá no próximo mês efetivar as evoluções" na carreira "como previsto”, garantindo que mantém “toda a abertura e disponibilidade para a convergência de propostas”.
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e o Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (SINDAV) criticaram, num comunicado, a postura da empresa nas negociações salariais. “A empresa, depois de três reuniões com os sindicatos, resolveu pôr fim às negociações e anunciou, com pompa e circunstância, um ato de gestão para os trabalhadores”, lê-se na nota.
“Os sindicatos não aceitaram o encerramento das negociações da justa e devida revisão salarial dos trabalhadores da ANA, avançando para o Ministério do Trabalho com um pedido de conciliação", que se realizou na terça-feira, referiram, salientando que “a empresa, mais uma vez, desrespeitou os sindicatos ao não responder aos mesmos, ou seja, às propostas apresentadas pelos sindicatos, nada disse, nem quis saber”.
Os sindicatos indicaram que “apresentaram em mesa de conciliação” uma “atualização da Tabela Salarial e cláusulas de expressão pecuniária indexantes em 1,7%, com efeitos a 01 de janeiro de 2022, sendo que 1,3% pagos agora e 0,4% em dezembro”, bem como a “atualização do regime remuneratório da assistência e da disponibilidade, previsto no Regulamento de Disponibilidade e Assistência, em 1,7%, com efeitos a 01 de janeiro de 2022”.
Além disso, referiram, propuseram “atualização do valor pago a título de anuidades em 0,6% do nível R5 da Tabela Salarial I, com efeitos a 01 de janeiro de 2022” e o “aumento do valor pago a título de subsídio de refeição” (186 euros).
“Não tendo a nossa proposta sido merecedora de aceitação pela empresa, o que lamentamos, anunciámos, desde logo, que vamos requerer a Mediação ao Ministério do Trabalho nos termos da lei”, remataram.
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