Para o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, esta reunião vai ser "um importante contributo" para elaborar os parâmetros de um acordo político geral na Síria.
O diálogo entre o Governo de Al-Assad e a oposição vai continuar no início de fevereiro, em Genebra, num formato mais alargado, acrescentou Lavrov, cujo país é um dos organizadores desta reunião, juntamente com o Irão e a Turquia.
"Na crise síria, veem-se avanços políticos. Pelo menos já todos estão de acordo sobre não existir uma alternativa a um acordo político-diplomático através de um diálogo nacional e com base na resolução do Conselho de Segurança da ONU", sublinhou.
Para o vice-primeiro-ministro turco, Mehmet Simsek, uma solução para a guerra na Síria não pode excluir Bashar al-Assad.
"Os Estados Unidos não fizeram o que deviam ter feito, o Irão e a Rússia desempenharam um papel significativo para garantir a sobrevivência do regime e, por isso, em defesa de um cessar-fogo permanente e um processo de resolução, é necessário ter em conta esta realidade”, disse.
"Não ficámos satisfeitos com isso, mas não conseguimos mudar a situação" e levar Al-Assad a deixar o Governo sírio, explicou.
Simsek acrescentou que "o sofrimento dos sírios e as tragédias são claramente culpa de Al-Assad, mas é preciso ser pragmático e realista, as condições no terreno mudaram e a Turquia já não pode insistir mais numa solução sem o Presidente sírio".
Sobre estas negociações, o responsável turco considerou que as "expetativas são elevadas".
"Todos os atores importantes vão estar sentados à mesma mesa. Rússia, Irão, Turquia e os Estados Unidos foram convidados. Todos os atores-chave regionais e globais estarão" na capital cazaque, sublinhou.
A possibilidade de que esta reunião conduza "a uma solução mais permanente é relativamente elevada em comparação com anteriores conversações em Genebra", considerou Mehmet Simsek.
A ONU vai acompanhar as negociações pelo emissário das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura.
Na quinta-feira, à margem do Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça), o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou esperar que esta reunião possa "constituir um passo positivo com vista à retomada das negociações intra-sírias sobre a Síria em Genebra".
O regime sírio, que vai estar representado em Astana pelo embaixador na ONU, Bashar al-Jafari, opôs-se à participação da Arábia Saudita e do Qatar, que acusa de apoiarem os grupos extremistas islâmicos.
A reunião de Astana foi organizada pela Turquia, que apoia a oposição, e pelo Irão e a Rússia, que apoiam o regime sírio.
A guerra na Síria começou em março de 2011 e provocou já provocou mais de 300 mil mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
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