Segundo o comissário da polícia regional da costa do Quénia, Rhoda Onyancha, os novos corpos foram enterrados na floresta de Shakahola, no condado costeiro de Kilifi, onde prosseguem as escavações e as investigações.
A polícia está também a tentar localizar 609 pessoas desaparecidas, disse Onyancha, embora não seja claro se todos os casos estão relacionados com o culto.
O número de pessoas resgatadas com vida continua a ser de 72. Quase todos os mortos do chamado “massacre de Shakahola” foram exumados de sepulturas e valas comuns encontradas na floresta, com exceção de alguns que morreram no hospital em estado grave.
As autópsias efetuadas a mais de uma centena de corpos revelaram que, embora todos apresentassem sinais de fome, os corpos de pelo menos três menores e de um adulto apresentavam também vestígios de estrangulamento e sufocação.
As primeiras investigações policiais sugerem ainda que os fiéis foram forçados a continuar o jejum, mesmo que quisessem abandoná-lo.
Na quarta-feira, o tribunal de Shanzu, na cidade costeira de Mombaça, ordenou que a detenção do líder da seita que alegadamente persuadiu as vítimas a jejuar, o pastor Paul Mackenzie Nthenge, juntamente com a sua mulher e outros 16 suspeitos, fosse prorrogada por 30 dias (a contar desde 03 de maio).
A 2 de maio, Nthenge e os outros detidos foram libertados pelo tribunal da cidade costeira de Malindi, depois de a acusação ter afirmado que tencionava apresentar acusações de terrorismo contra eles, o que o tribunal declarou não ter competência para fazer.
No entanto, o pastor e os seus correligionários foram detidos minutos depois e levados para o tribunal de Shanzu, a cerca de 120 quilómetros de distância, onde a polícia pediu, sem sucesso, autorização para os deter por mais 90 dias.
Hoje, o Presidente do Quénia, William Ruto, nomeou uma comissão de inquérito presidida pela juíza Jessie Lesiit para investigar os acontecimentos e determinar qualquer negligência administrativa ou de segurança que possa ter ocorrido.
Nthenge, que se encontra sob custódia policial desde 14 de abril, dirige a Igreja Internacional da Boa Nova. Ex-taxista, o pastor foi preso em março passado depois de ter sido acusado da morte de duas crianças em circunstâncias semelhantes, mas foi libertado sob fiança.
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