A organização não-governamental alertou que nas últimas horas aconteceram novos bombardeamentos em Khan Cheikhoun, realizados por aviões de guerra não identificados.

Segundo o Observatório, ainda não há registo de vítimas destes novos bombardeamentos, que foram pelo menos cinco.

O Governo de Damasco e a oposição culparam-se mutuamente pelo ataque à localidade na província de Idleb, uma região controlada maioritariamente pelos rebeldes e fações islâmicas.

O Observatório destaca ainda, entre as 72 vítimas, 17 são mulheres – o balanço anterior apontava para 58 mortos.

Segundo a proteção civil síria, que presta serviços de resgate em áreas fora de controlo das forças governamentais, o ataque expôs cerca de 300 pessoas a substâncias químicas.

Os feridos apresentavam sintomas de asfixia, vómitos, espasmos e alguns espumavam da boca, segundo estas fontes.

Khan Cheikhoun tem cerca de 75 mil habitantes, muitos dos quais deslocados da província de Hama, e está sob controlo do Exército Livre Sírio, de acordo com dados disponibilizados à agência Efe pelo diretor do Centro de Informação de Idleb, da oposição, Obeida Fadel.

Horas depois do ataque químico, aviões de guerra voltaram a atacar um centro médico em Khan Cheikhoun, que deixou de funcionar.

A Coligação Nacional Síria, principal aliança da oposição, disse que aviões do governo atacaram Khan Cheikhoun com projéteis que continham gás sarin, mas tanto Damasco como a Rússia, o seu principal aliado, negaram ter bombardeado a localidade.

O Conselho de Segurança da ONU vai hoje reunir-se de emergência para analisar o alegado ataque químico, a pedido da França e do Reino Unido.

O Governo dos Estados Unidos considerou o ataque como um provável “crime de guerra” e responsabilizou diretamente o executivo do Presidente sírio, Bashar al-Assad.