A SPA afirma que vai apoiar a candidatura de Paulo de Carvalho ao Grammy Latino, não especificando em que categoria, mas refere que o Grammy Latino de Carreira já distinguiu Carlos do Carmo (1939-2021), em 2014, e José Cid, em 2019.

"Haverá, na primeira quinzena de novembro, um grande concerto na Aula Magna da Reitoria [da Universidade Lisboa]" que "será de homenagem a Paulo de Carvalho e à sua obra, na altura em que o ‘cantor-autor’, que é membro da direção da SPA, celebra 60 anos de carreira", lê-se no comunicado hoje divulgado.

"Paulo de Carvalho estará em palco com uma orquestra, interpretando os grandes temas da sua brilhante carreira", segundo a SPA, referindo que o concerto será transmitido por uma televisão privada.

O concerto substitui a gala anual da SPA, refere o mesmo comunicado.

"Durante o concerto serão entregues alguns dos prémios da cooperativa para criadores das várias disciplinas", afirma a cooperativa de autores, referindo-se, entre outros, ao Prémio Igrejas Caeiro, que distingue, anualmente, uma personalidade da rádio, ao Prémio Pedro Osório, que galardoa um autor e um trabalho de qualquer área musical, e ao Prémio Mariano Gago, atribuído ao Melhor Livro de Divulgação Científica, entre outras distinções, como os prémios de Jornalismo Cultural e José da Ponte.

Paulo de Carvalho, 73 anos, autor, entre outras, da música de "Lisboa, Menina e Moça", um poema de José Carlos Ary dos Santos (1936-1984), recebe, no dia 25 de maio, o Prémio de Consagração de Carreira da SPA.

Paulo de Carvalho recebeu, em setembro de 2012, a medalha de mérito, grau ouro, da Câmara Municipal de Lisboa.

Fundador do grupo Sheiks, Paulo de Carvalho passou por outros grupos do rock português nos anos de 1960 até que, em 1974, venceu o Festival RTP da Canção com "E depois do adeus", canção de José Niza e José Calvário, que serviu de senha para a Revolução de Abril de 1974, e que lhe marcou o percurso até hoje.

Numa entrevista à agência Lusa, o músico salientou o trabalho de pesquisa da tradição musical portuguesa, ao longo da carreira.

O autor assumiu-se, então, como "cantor de música ligeira - ou antes música séria, e outra que se faz para rir". "E eu só me rio", disse.

Paulo de Carvalho fez parte do grupo Os Amigos, com Helena Isabel, Ana Bola, Luísa Basto, Fernando Tordo, Fernanda Piçarra e Edmundo Silva, com o qual venceu o Festival RTP da Canção, em 1977, com o tema "Portugal no Coração" (Ary dos Santos/Fernando Tordo).

Fazendo uma perspetiva da carreira, Paulo de Carvalho afirmou à Lusa que tem mudado por opção. "Vamos mudando através dos anos e tenho feito muito para mudar para melhor, espero eu, e a diversos níveis, tanto profissional como pessoal", disse.

"As pessoas não podem hoje ouvir o mesmo Paulo de Carvalho de há dez anos, quanto mais de há 20 ou 30. Há outra carga emocional e afetiva, e eu sou outra pessoa, tenho consciência disso, e fiz muito por isso", sentenciou.

Referindo-se à sua música, Paulo de Carvalho descartou o "ir em modas pois estas são passageiras", e afirmou que tem "pesquisado muito mais as raízes da cultura musical portuguesa, a partir do fado", que definiu como "étnico-urbana".

"As modas são efémeras e eu, se numa ou noutra altura, até por desejo de mudança, pude ter tentado acompanhar as modas, cada vez mais faço uma pesquisa pelas raízes da música portuguesa, a partir do fado", sublinhou.

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