A menina foi criada a partir de 500 fotografias de crianças reais de zonas de conflito, numa parceira com a Getty Images, que forneceu as imagens, com a Edelman Deportivo, uma agência de publicidade, que utilizou a ferramenta Face Research para combinar as características das imagens numa só e com a PixelGrinder, responsável por produções cinematográficas como "Avatar" ou "Planeta dos Macacos", que deu vida à Sofia em 3D.

Com este projeto, a UNICEF quis "dar um rosto a todas as crianças invisíveis", declarou Andreas Ericsson, porta-voz da organização das Nações Unidas na Suécia. "Queríamos também dar voz a esta emergência silenciosa", acrescentou.

Num vídeo apresentado esta semana em Estocolmo, Sofia - o nome feminino mais usado no mundo, segundo a UNICEF - testemunha a violência e o exílio a que são submetidas cerca de 250 milhões de crianças em todo o mundo. "Ela representa as crianças que ninguém vê, nos desastres que ninguém fala. Esta é a sua história", pode ler-se no início do vídeo.

"O meu nome é Sofia, tenho 10 anos, e tive de fugir quando homens armados entraram em nossa casa. O meu nome é Sofia, tenho 7 anos, e estou num barco, faz frio e a água chega aos meus joelhos. O meu nome é Sofia, tenho 5 anos, e queria voltar para a escola", são as afirmações da menina virtual, que encarna todos os órfãos e crianças que tiveram a sua vida interrompida pela guerra.