Adalberto Campos Fernandes falava na Assembleia da República durante um debate com caráter de urgência sobre o estado da saúde, solicitado pelo PSD, em resposta à deputada Isabel Galriça Neto (CDS), para quem, neste setor, "só falta mesmo um grupo de trabalho para apoiar os grupos de trabalho que o ministro da Saúde vai criando".
Para o ministro da Saúde, Galriça Neto limitou-se a fazer um "exercício de contorcionismo político de falta de verdade".
"Não vale a pena ir pelo caminho de que existirá um grande cisma no Governo entre o ministro da Saúde e o ministro das Finanças. Esse é um caminho errado e completamente esgotado". E para reforçar a ideia, Adalberto Campos Fernandes afirmou: "Em matéria de rigor orçamental, de crescimento e de sucesso das contas públicas, eu diria mesmo que no Governo somos todos Centeno".
Para o ministro da Saúde, a estratégia do Governo, com Mário Centeno como ministro das Finanças, contribuiu para a consolidação das contas públicas e para a credibilidade externa de Portugal.
"O discurso de que não havia alternativa morreu. Por isso, há tanta desorientação nas bancadas da oposição", declarou.
Em reação às críticas do CDS-PP, em particular, o ministro da Saúde referiu-se à participação dos democratas-cristãos no anterior executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
"Não há memória para tanta falta de memória", disse Adalberto Campos Fernandes, dirigindo-se então à bancada do CDS-PP.
As referências elogiosas de Adalberto Campos Fernandes a Mário Centeno não ficaram sem resposta da parte do PSD.
A deputada social-democrata Fátima Ramos aproveitou a ideia e, no final de um rol de críticas, em que enumerou uma série de carências nas unidades de Saúde, deixou um apelo a Adalberto Campos Fernandes: "Não seja Centeno. Olhe para as pessoas".
Ao longo do debate, têm sido várias as insinuações à alegada dependência da Saúde em relação às Finanças, com o PS, através do deputado António Sales, a assumir a defesa do Governo e a acusar a oposição de insistir num "exercício estéril que nada acrescenta à Saúde".
A primeira intervenção de Moisés Ferreira (BE) foi um recado para os sociais-democratas: "Houvesse um pingo de vergonha na bancada do PSD e poupar-nos-ia a este espetáculo".
A afirmação motivou vários apupos da bancada social-democrata, aos quais Moisés Ferreira respondeu, afirmando que "a verdade incomoda".
O parlamento está hoje de manhã a analisar a situação da Saúde em Portugal, num debate solicitado com urgência pelo PSD.
(Notícia atualizada às 12h13)
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