“Já ouvimos demasiada gente a arrepender-se de não ter votado no Livre noutras eleições para podermos fazer este apelo com toda a genuinidade aos nossos concidadãos, que é: não pensem que as sondagens votam. São vocês que vão votar no Livre, que vão eleger um grupo parlamentar do Livre”, apelou Rui Tavares.
O cabeça-de-lista por Lisboa falava aos jornalistas à margem de uma mesa redonda organizada na sede do partido, no Porto, a propósito do Dia Internacional da Mulher, no último dia da campanha eleitoral para as legislativas de domingo.
Questionado sobre as declarações do líder do PS, Pedro Nuno Santos, que hoje pediu a quem quer derrotar a Aliança Democrática (AD) que concentre os votos nos socialistas e não os dispersem à esquerda, Tavares voltou a rejeitar apelos ao voto útil.
“Tem havido muita hesitação aí. Ora voto útil, ora não há pressão do voto útil, ora há pressão do voto útil outra vez, o que significa que nem sequer Pedro Nuno Santos acredita completamente nessa chantagem que em 2022 funcionou bem demais”, considerou.
O dirigente afirmou que, nos dias seguintes às últimas eleições legislativas, ouviu “muita gente arrependida de ter dado uma maioria absoluta ao PS”.
“Nestas eleições não há maiorias absolutas”, advogou.
Tavares foi também interrogado sobre a notícia do semanário Expresso que hoje noticia que, se a AD perder, mas houver uma maioria de direita no parlamento, o Presidente da República não aceitará um primeiro-ministro de substituição de Luís Montenegro para um eventual Governo com o Chega.
O deputado único do Livre salientou que acredita nas palavras do chefe de Estado “quando ele as diz”.
“Agora eu acho muito bem que, a não ser que o Chega tivesse uma maioria absoluta, não possa haver soluções governativas com o Chega”, defendeu.
Ressalvando que esses votos “têm toda a legitimidade democrática”, Tavares considerou que tal cenário seria “uma traição” aos eleitores, uma vez que todos os partidos rejeitaram eventuais alianças com o partido liderado por André Ventura.
Apesar disto, o dirigente do Livre afirmou que desconfia do “não é não” de Luís Montenegro ao Chega, apontando que “a ambiguidade é muito grande” e alegando que podem haver “acordos tácitos”.
“Da parte do senhor Presidente da República é que, se isso for verdade, basicamente a conclusão direta a tirar é que teremos uma situação de ingovernabilidade à direita e, portanto, a única forma de a contrariar é com um voto na esquerda”, sustentou.
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