“As recentes tomadas de posição públicas por terceiros vêm prejudicar gravemente a concretização da nova oferta obrigacionista; com efeito, a realização de uma possível assembleia de acionistas da Sporting SAD ou uma AG de sócios do Sporting, quer para destituição dos seus órgãos sociais, quer para eleição de novos órgãos sociais, impediria a concretização atempada da referida nova oferta obrigacionista, desta forma colocando em causa os fins da mesma, concretamente o reembolso da atual emissão, e, consequentemente, a estabilidade financeira da Sporting SAD”, lê-se em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores de Mercado (CMVM).

Na mesma nota, assinada pelo representante das relações com o mercado, a “nova emissão obrigacionista, no valor de 30 ME, que poderá ser aumentada por opção da Sporting SAD, face à procura que se estimava viesse a ocorrer, prevista em maio de 2018, operação que é fundamental para o cumprimento de compromissos financeiros da Sporting SAD, máxime o reembolso do empréstimo obrigacionista emitido em 2015, com vencimento em maio de 2018, e ainda o financiamento de operações de tesouraria da SAD”.

Esta emissão decorre, ainda de acordo com o mesmo comunicado da SAD ‘leonina’, de uma “nova reestruturação financeira”, negociada por Bruno de Carvalho, “em condições favoráveis para a Sporting SAD, ajustadas à estratégia de investimento e de valorização de ativos que tem sido seguida pela atual administração”.

O plantel ‘leonino’ manifestou desagrado com nas redes sociais com as críticas de Bruno de Carvalho, que anunciou a instauração de processos disciplinares aos futebolistas, que acabariam por defrontar, no domingo, o Paços de Ferreira, durante os jogadores foram aplaudidos e o presidente assobiado.

Na segunda-feira, o presidente da Mesa da AG do clube, Jaime Marta Soares, disse que Bruno de Carvalho não tem condições para continuar em funções e anunciou a intenção de agendar uma reunião magna com vista a uma eventual destituição do líder 'leonino'.

Em resposta, Bruno de Carvalho, antes de se despedir do Facebook, anunciou que ele próprio vai convocar uma Assembleia Geral para que os sócios se pronunciem sobre a continuidade de cada um dos órgãos sociais.

“Tais declarações públicas foram, por isso, extemporâneas e lesivas, até atendendo aos resultados financeiros positivos no clube e na Sporting SAD; nestes termos, não existem quaisquer motivos para as declarações e pretensões formuladas”, refere o comunicado enviado à CMVM, acrescentando que a polémica recente “tem igualmente influência negativa na valorização da sociedade desportiva, pelos efeitos negativos no valor das ações da mesma”.

Nesse sentido, o Conselho de Administração anunciou o pedido ao presidente da Mesa da AG da Sporting SAD de uma AG de acionistas “a fim de deliberar sobre a emissão da referida nova oferta obrigacionista” e também, para “minimizar o impacto negativo para a Sporting SAD das posições públicas de terceiros, pelo atraso e consequências suscetíveis de provocar na nova emissão obrigacionista”, uma AG de obrigacionistas, “no âmbito da oferta obrigacionista emitida em 2015, a fim de deliberar sobre a prorrogação do prazo de reembolso final desta emissão, para nunca antes de novembro”.

Na segunda-feira, a Holdimo, maior acionista externo da SAD do Sporting, detentora de 30% do capital, solicitou uma AG para “debater e resolver os problemas internos”, receando o “potencial prejuízo para os ativos da sociedade”.