Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia de lançamento do concurso, no Museu do Carro Elétrico, no Porto, o presidente da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), Paulo de Azevedo, reconheceu que este novo procedimento concursal atendeu aos constrangimentos de circulação no Grande Porto que, em alguns locais, como é o caso dos viadutos, não permitem a circulação dos novos autocarros a gás da empresa, por serem altos demais.

"Foi também a pensar nisso", admitiu Paulo de Azevedo.

O presidente da STCP defendeu, contudo, que estes constrangimentos nunca foram "bem uma questão".

"A STCP tem várias tipologias de autocarros e nem todos têm de passar em sítios mais estreitos. Nós precisamos, nessas nove linhas, de 59 autocarros e nós agora vamos comprar 62, mas temos 150 que passam lá", acrescentou.

O concurso público internacional para a renovação da frota da STCP implica um investimento global de mais de 19 milhões de euros, dos quais 53% oriundos do Fundo de Coesão.

"Aquilo que nos vamos propor lançar em concurso internacional é a aquisição de 81 autocarros a gás natural, com duas tipologias, 62 autocarros ‘low floor' e 19 autocarros ‘low entry', características que têm a ver com as necessidades de operação da STCP que, nesta segunda fase, já equacionámos", afirmou Paulo de Azevedo.

Segundo o responsável da STCP, os primeiros autocarros deverão estar em circulação no final de 2020, a um ritmo de entregas entre seis e oito unidades por mês.

"A previsão de assinatura do contrato estimamos que seja no último trimestre de 2019, já com o visto respetivo do Tribunal de Contas. Se estes prazos forem possíveis de cumprir, nós contamos que as primeiras viaturas sejam entregues no quarto trimestre de 2020 e a última viatura no quarto trimestre de 2021. Estamos a falar de um ano, sensivelmente após o início do contrato", adiantou.

Assim, em 2021, 64% da frota da STCP estará renovada, ou seja, de um total de 419 autocarros, 269 terão menos de quatro anos, revelou Paulo de Azevedo.

Na cerimónia, que foi presidida pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, participou ainda o presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, que defendeu a renovação da frota "reforça a ideia de que a privatização da concessão teria sido um erro histórico".

Já o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, salientou que, há três anos e meio, "dificilmente" se imaginaria "estar a falar de nova geração de autocarros para a STCP".

"Quando se fizer, daqui a uns 10 ou 20 anos, a história deste tempo, compreender-se-á que houve um momento de rutura relativamente a política com a qual nós não concordávamos", afirmou Rui Moreira.