“Ainda não conseguimos fazer um balanço sobre o impacto da greve de hoje, mas temos conhecimento de vários problemas”, disse à Lusa o representante do STOP, André Pestana, no quinto dia de paralisação de professores e pessoal não docente, que começou na passada terça-feira e se prolongará até quarta.

Em declarações à Lusa, André Pestana explicou que “está a haver bloqueio de informação por parte das direções de várias escolas, que não avisam os encarregados de educação sobre a greve, e houve pelo menos uma escola que substituiu funcionários que estavam em greve”.

A escola em causa situa-se na zona de Lisboa e os trabalhadores são assistentes operacionais, acrescentou.

André Pestana esteve hoje em frente a um estabelecimento de ensino em Coimbra, Escola 1 da Conchada, onde se realizou também um protesto de pais e encarregados de educação devido à falta de condições: “As salas são muito pequenas, há infiltrações ao lado de quadros elétricos, o que é um perigo, e falta material para trabalhar, como projetores”, enumerou.

O STOP diz ser solidário com a falta de condições nas escolas para trabalhar, mas aponta outros motivos para a greve que termina na quarta-feira, como os efeitos da municipalização.

A transferência do pessoal não docente para as autarquias vai significar a "dispensa de trabalhadores, que estavam prestes a entrar para o quadro", disse André Pestana.

A greve tem ainda como objetivo denunciar os "concursos injustos" de professores que, segundo o STOP, faz com que docentes menos graduados ultrapassem outros mais graduados.

A precariedade de milhares de professores que ficam durante mais de uma década num regime de contrato, a avaliação com quotas e a idade da reforma são outros dos motivos para o protesto apresentados pelo sindicato.

Sobre a aposentação, o STOP defende que deveria existir um regime especial "sem penalização a partir dos 60 anos de idade e o direito a uma pré-reforma digna".

O STOP exige ainda que sejam atribuídos subsídios de transporte e de alojamento aos professores colocados longe da residência e que sejam aumentados os "salários de miséria" dos assistentes operacionais.

No que toca à progressão na carreira, o sindicato pede o fim do "estrangulamento no acesso ao 5.º e 7.º escalões".

Dentro das salas de aula, quer que haja menos alunos por turma e que sejam criadas medidas para combater a indisciplina.

O STOP decidiu agendar uma greve para a semana de arranque do ano letivo de cerca de 1,2 milhões de alunos do ensino obrigatório para contestar a precariedade e exigir melhores condições de trabalho, mas na sexta-feira passada anunciou que o protesto se iria prolongar até dia 22 de setembro.

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