“Este acompanhamento está a ser feito pela Embaixada de Portugal no Cairo, pelo cônsul honorário de Portugal em Cartum e pelas estruturas de emergência consular do MNE [Ministério dos Negócios Estrangeiros]”, destacou fonte do gabinete do ministério liderado por João Gomes Cravinho.
Alertando que “as condições no terreno continuam difíceis”, o MNE garantiu que estão a ser “estudadas todas as possibilidades de retirada dos cidadãos portugueses, em condições de segurança, e em conjunto com os parceiros da União Europeia presentes no Sudão”.
Os confrontos começaram no sábado entre as Forças Armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, chefiadas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", que orquestrou em conjunto o golpe de 2021, mas que se tornou inimigo.
O Exército sudanês divulgou hoje nas redes sociais que aceitou uma trégua de três dias proposta pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF), para que os cidadãos possam celebrar o fim do Ramadão e para que sejam prestados serviços humanitários.
Antes, os confrontos no Sudão continuaram a registar-se, com a troca de tiros e ataques de artilharia, apesar dos apelos internacionais para o cumprimento da trégua de três dias.
O total de mortos nos confrontos entre o Exército e paramilitares subiu para mais de 600, entre os quais um funcionário da Organização Internacional das Migrações (OIM), anunciaram as autoridades e esta agência da ONU.
A União Europeia (UE) está a intensificar os contactos para poder retirar, por via terrestre, os seus cerca de 1.500 cidadãos afetados pelos combates em Cartum, adiantou hoje um responsável europeu.
"A retirada não pode ser feita pelo aeroporto, que está fechado, mas por terra e precisamos de um cessar-fogo de três dias para realizar tal operação", destacou fonte da UE à agência France-Presse.
A UE tem uma delegação em Cartum e sete países - França, Alemanha, Itália, Espanha, Países Baixos, Grécia e República Checa - têm representações na capital sudanesa.
Um avião de transporte militar A400M da Força Aérea espanhola chegou hoje a Djibuti, como parte da operação que Espanha prepara para retirar cerca de 80 pessoas, entre cidadãos do seu país, outros europeus e sul-americanos.
Fontes militares confirmaram à agência Efe que o Airbus saiu hoje de Zaragoza com destino a Djibuti para se juntar a outros aviões militares com os quais a Espanha planeia retirar estas pessoas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, tinha antecipado também hoje esta operação, sem precisar quando irá ocorrer, devido às condições “muito difíceis, com combates intensos” naquele país.
Comentários