De acordo com a mesma fonte, as duas partes vão agora discutir qual a percentagem da participação militar e civil nesse conselho.

Segundo uma fonte das Forças da Declaração da Liberdade e Mudança, uma coligação de grupos da oposição liderada pela Associação dos Profissionais Sudaneses, que pediu para não ser citada, os manifestantes pretendem que o conselho tenha 15 membros, oito civis e sete militares, enquanto a junta insiste que o órgão seja composto por 10 pessoas, sete militares e três civis.

A oposição e a junta militar tinham considerado hoje como "transparente e favorável" a reunião que mantiveram para formar um governo de transição no país, depois de o Presidente, Omar al-Bashir, ter sido deposto, no sentido de resolver o impasse que o país atravessa.

Ambas as partes anunciaram a constituição de uma comissão formada por membros do Conselho Militar de Transição e das Forças da Declaração da Liberdade e Mudança.

A reunião de hoje ocorreu depois de os opositores terem concordado na quarta-feira a retoma das conversações com os militares, que anunciaram a resignação de três elementos da junta militar, acusados de serem próximos de Al-Bashir.

O encontro aconteceu após uma semana de protestos para exigir a transição do poder para um governo civil.

Os opositores propõem um conselho soberano, constituído por um número limitado de militares, durante um período de transição de quatro anos.

Em contrapartida, os militares defendem a cedência do poder soberano aos generais durante dois anos.
Milhares de pessoas continuam em protesto no Sudão para reclamar uma transição democrática para um governo civil, depois de manifestações contra Omar al-Bashir terem levado os militares a deporem o Presidente sudanês em 11 de abril.

Desde então, o Sudão é governado por uma junta militar, o Conselho Militar de Transição.

Os protestos contra Omar al-Bashir começaram em dezembro devido ao agravamento da situação económica no país, com o aumento dos preços de produtos básicos e do combustível.

A repressão das manifestações provocou mais de 50 mortos e milhares de feridos, assim como vários detidos, que foram posteriormente libertados pelo Conselho Militar de Transição.