As escutas "acidentais" aconteceram no âmbito de um caso relacionado "com a atribuição de vistos no Centro Comum de Vistos de Cabo Verde. Em causa estão suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva e de auxílio à imigração ilegal", pode ler-se na nota da Procuradoria-Geral da República.

Segundo o documento, "confirma-se que foram intercetadas comunicações telefónicas nas quais intervém acidentalmente o Primeiro-Ministro". Estas escutas devem ser alvo de "destruição imediata" uma vez que são "manifestamente estranhas ao processo e sem qualquer relevância para a investigação".

Acrescenta ainda o documento que Bernardo Lucena, assessor de Costa e ex-Embaixador de Portugal em Cabo Verde "não é suspeito nos autos, não existindo quaisquer indícios contra o mesmo".

O centro comum de vistos tem como objetivo atender requerentes deste tipo de documentos. Escreve o Público que o objetivo passava por obter vistos para Portugal, servindo o país de porta de entrada para a Europa.

"No âmbito deste processo tiveram lugar várias diligências, designadamente uma diligência de busca e apreensão no Centro Comum de Vistos, que funciona nas instalações da Embaixada de Portugal em Cabo Verde", refere o documento.