O início dos trabalhos, previsto para as 09:30, começou cerca de uma hora depois devido às fortes medidas de segurança que rodeiam a realização do julgamento com a presença dos seis arguidos de nacionalidade portuguesa, espanhola, colombiana e dominicana.

No começo dos trabalhos, a defesa requereu ao tribunal o adiamento da sessão até ser conhecido o acórdão do Tribunal da Relação de Évora a um recurso apresentado pelos arguidos.

A defesa informou o tribunal que o acórdão foi proferido, há dois dias, após a revogação, pelo Tribunal Constitucional de uma primeira decisão do Tribunal de Évora e alegou que essa decisão pode influenciar as medidas de coação dos arguidos, todos em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Setúbal, e a declaração de excecional complexidade do processo.

O juiz que preside ao coletivo considerou que as consequências do acórdão não eram decisivas para impedir o início do julgamento e requereu ao tribunal o envio “expedito” da decisão, o que não aconteceu até às 12:30 quando foram interrompidos os trabalhos.

Durante a manhã foram ouvidas, presencialmente, duas testemunhas e outras três através de videoconferência, entre elas, dois inspetores da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da Polícia Judiciária.

Aquela unidade foi responsável pela “Operação Alçapão” que culminou, em março de 2020, com a detenção dos seis homens e apreensão de cerca de 400 quilogramas de cocaína em um armazém situado na zona industrial de Vila Nova de Muía, em Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo.

A organização a que os arguidos pertenciam e que introduzia na Europa cocaína proveniente da América latina começou a ser investigada pela PJ em maio de 2019.

Nessa data, segundo a acusação do Ministério Público (MP) a que a Lusa teve acesso, numa fiscalização aleatória da Autoridade Tributária e Aduaneira é detetado no porto de Setúbal um contentor carregado com 1.080 caixas de banana, importada por sociedade com sede em Arcos de Valdevez, também no distrito de Viana do Castelo, e com 170 quilogramas de cocaína.

A droga estava escondida nas paredes duplas de um contentor que transportava ananás, coco e banana.

Em março de 2020, após quase dois anos de investigação, a PJ localizou um outro contentor, carregado com paletes de ananás.

O contentor foi transportado para o armazém na zona industrial de Vila Nova de Muía e, segundo a acusação, também transportava 400 quilos de cocaína, desta vez escondidos num fundo falso.

Os trabalhos hoje iniciados vão ser retomados a partir das 14:00.

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