Segundo Simão Velez, técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) fizeram uma avaliação no local, concluindo que as condições são "mais instáveis", com "risco acrescido" de novos desmoronamentos.

"Com o risco de mais deslizamentos de terras, entendeu-se ser prudente suspender as ações com mergulhadores", sublinhou.

O deslizamento de um grande volume de terras no troço da estrada 255 entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, provocou, há precisamente uma semana, a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra dentro de duas pedreiras contíguas.

O acidente, segundo a Proteção Civil, provocou a morte de dois operários da empresa de extração de mármores da pedreira que se encontrava ativa, o maquinista e o auxiliar de uma retroescavadora, cujos corpos já foram recuperados.

Além disso, na pedreira mais próxima da estrada, que se encontra “em suspensão de lavra” (sem atividade) e que possui o plano de água mais profundo, as autoridades procuram, pelo menos, três desaparecidos, que seguiam em duas viaturas automóveis no momento da derrocada da via rodoviária.

É na pedreira mais profunda e com um plano de água maior que estão agora concentradas as operações da Proteção Civil, que incluem ações de busca e de drenagem de água para uma ribeira limítrofe, com quatro motobombas em atividade, e onde a “acessibilidade de veículos e de equipamentos" é "muito limitada".

“Por um lado, é uma pedreira mais profunda e sem atividade há algum tempo. É um plano de água de maior dimensão e que também comporta alguns riscos”, disse no domingo o comandante distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Évora.

Por estas razões, explicou, "entendo que devemos moderar as nossas expectativas para o desenvolvimento da operação".

"Não moderamos o empenho, que esse mantém-se elevado, mas nos próximos dias não esperamos grandes desenvolvimentos, porque esta concentração do trabalho que estamos a fazer na drenagem vai levar exatamente algum tempo”, frisou.

Segundo José Ribeiro, as autoridades desconhecem ainda a localização das duas viaturas que foram arrastadas para esta pedreira na sequência do colapso da estrada.

O corpo da segunda vítima mortal foi retirado no sábado à noite (cerca das 22:00) da pedreira que se encontrava ativa.

O coordenador da Unidade de Salvamento Aquático do Distrito de Portalegre, que tem estado envolvido nas operações, explicou hoje à Lusa que "a localização precisa" do corpo da segunda vítima foi feita "ao toque" por mergulhadores, que "introduziram uma vara, em ferro e com cerca de três metros, por uma saliência das pedras.

"Conseguiu-se sentir um toque diferente, não era pedra, nem terra", relatou Simão Velez, recordando que, depois de retiradas as pedras no sábado à noite, foi detetado o corpo "ao toque", num "trabalho conjunto e em equipa" com os outros operacionais, incluindo GNR, bombeiros e trabalhadores das pedreiras.

O primeiro trabalhador foi retirado sem vida da pedreira na terça-feira à tarde, quase 24 horas depois do acidente.

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